Um colchão de segurança
“Volatilidade da economia faz parte da vida e sempre fará. O Correto é conviver com ela, e não tentar impedi-la”
Governos anteriores acreditavam que saberiam intervir inteligentemente no câmbio ou nos juros, a cada nova crise, e, portanto acumular reservas seria desnecessário e custoso.
Reservas financeiras substanciais compram tranqüilidade e tempo, já que nenhuma crise dura para sempre.
TODAS as crises foram nefastas para o Brasil porque nossas reservas sempre terminaram antes. Criar reservas nunca foi nossa prioridade.
Ninguém sabe como será o amanhã, exceto que teremos muitas crises pela frente. Se você tiver zero de reservas familiares, a crise o afetará 100%. Quanto mais reservas você tiver, menos ela o afetará.
“Quem enfrenta uma crise sem ter reservas acaba contraindo mais dívidas, como sempre acontece com o Brasil.”
Lula ao criar estas reservas de mais de 250 bilhões lutou contra dezenas de especialistas, inclusive alguns economistas do PT, estes achavam que as reservas cambiais deveriam "ser gastas em saúde e educação". Estas reservas, apesar de óbvias, eram politicamente complicadas devido ao seu custo elevadíssimo.
O governo tinha que financiá-las a um juro interno de 16% ao ano(hoje menos), e só recebia 4% de juros quando aplicadas em títulos estrangeiros.
A crise americana de 2008 foi até uma benção, ao provar a tese de que reservas são necessárias, sempre. Nunca mais teremos que recorrer ao FMI, ou à amizade de um Bill Clinton.
Estas reservas acumuladas por Lula serão um legado para sempre. Salvou o Brasil da crise de 2008, bem diferente do desastre da crise de 1998 quando não tínhamos reservas suficientes.
Ter reservas suficientes será política de todo futuro governo, e precisamos ficar atentos e protestar se um futuro presidente decidir torrar as reservas, como algo custoso e desnecessário.
Texto de Stephen Kaniz(wwww.kaniz.com)