A análise dos modelos de desenvolvimento nacionais, ao longo dos
últimos séculos, permite identificar pontos centrais que deflagram processos.
Há que se preparar as bases, educação, inovação, ambiente favorável ao
empreendedorismo etc. Mas o gatilho que muda o patamar da economia é a abertura
de mercados.
É o que permite ampliar a escala da produção, abrir espaço para novos
investimentos, para as empresas mudar rapidamente de patamar tecnológico e de
produção.
Foi assim com a Inglaterra (conquistando o mercado externo), os Estados
Unidos (conquistado o interior), a Argentina no final do século 19
(conquistando os pampas e os mercados (norte-americano e europeu) e a China no
final do século 20.
É esse impulso inicial que muda a dinâmica do desenvolvimento, cria uma
mística interna que facilita reformas, mudanças de paradigma, abre espaço
fiscal para políticas proativas.
São vários os caminhos para tal:
Conquista do
mercado interno
Os grandes saltos de desenvolvimento brasileiro –
político e econômico – foram precedidos de inclusão de novos atores nos
mercados de consumo e político. Foi assim com a migração no final do século 19,
com a urbanização de São Paulo nos anos 20, com a criação das indústrias do ABC
nos anos 50 e, nos últimos anos, com a massificação de políticas sociais.
Outro ponto relevante é o da interiorização do desenvolvimento. A
conquista do Paraná, nos anos 50, e do centro-oeste nos anos 70 foram passos
fundamentais para a construção da nova economia. Agora, a ampliação da malha
ferroviária, o novo dinamismo do nordeste, a dinâmica do sul da Amazonia
ampliam essas perspectivas.
Há um conjunto de ferramentas financeiras facilitando o acesso ao
mercado. A principal é o crédito. A mera redução dos juros do creditário
significa um enorme ganho no poder aquisitivo do consumidor.
Exemplo: prestação de R$ 100,00 por mês, por 48 meses a uma taxa de
juros de 4% ao mês permitirá adquirir um bem no valor de R$ 2.120,00. Se a taxa
cair para 0,5% ao mês, com a mesma prestação se conseguirá adquirir bem no
valor de R$ 4.2580,00 ou um aumento de 101%.
Conquista do mercado externo
Aí se entra na competição com os produtos internos. Há um conjunto de
características externas à empresa, como o custo país, questões de
infraestrutura, financiamento etc. que serão abordados em outro capítulo.
A abertura de mercado e competição externa - há dois tipos de ação. Uma,
de abertura estratégica de mercados. Compõem essa linha acordos comerciais,
parcerias entre países, ação diplomática, grandes lances de logística,
mecanismos de financiamento etc.
Uma segunda linha é da ação direta sobre preços e concorrência. Entram
ai as tarifas de importação, restrições comerciais, barreiras sanitárias, hoje
em dia penalizadas por legislação internacional no âmbito da OMC (Organização
Mundial do Comércio).
Fonte: blog do Nassif