A atual conjuntura brasileira,
marcada por corrupção e crises políticas tem levado muitos brasileiros a um
entendimento de que todos os partidos
são iguais.
Esta sensação, que se escuta nas
ruas, que se lê nas redes sociais, é uma percepção independente da sua cor
política, e expressa a constatação que alguns partidos transformaram a política em negócio e a
voracidade econômica numa prática
habitual de suas ações.
Muitos brasileiros sabem, salvo a
exceção de alguns, que os dirigentes dos partidos situam o interesse partidário
acima dos interesses gerais da nação. A sociedade está saturada de tanto abuso
e de tanto cinismo.
No entanto, é preciso que se tome
cuidado com esta generalização da visão negativa, pois isto já sucedeu nos anos
20 do século passado, e a reprovação da atuação dos partidos políticos conduziu
ao nazismo na Alemanha, do franquismo na Espanha, e ao salazarismo em Portugal.
Devemos criticar os partidos políticos e denunciar seus abusos, mas reconhecer
que são imprescindíveis para a democracia pluralista plena.
Muitos dos integrantes do sistema
político brasileiro têm sido reiteradamente criticados pelas decisões
oportunistas ou pontuais que tomam em nome dos partidos a que pertencem. Uma
outra característica dos partidos brasileiros, é que seus integrantes agem para
atender demandas pontuais da população, como saúde, educação e segurança
pública.
A ideologia enquanto ferramenta
de transformação social não é vista como base necessária para que o Estado
possa garantir que o cidadão tenha
acesso aos seus direitos básicos e
fundamentais.
De todo modo, uns dos principais desafios para os partidos
políticos brasileiros, é fazer frente ao descontentamento político da cidadania
e ao crescente distanciamento que os separa da sociedade e a erosão de suas
funções representativas (socialização, mobilidade social e eleitoral e agregação de
interesses) que tradicionalmente
contribuem para integrar os cidadãos dentro do sistema político.
O padrão comum tem sido observado
nas democracias, é um índice alto de abstenção e de volatilidade eleitoral, a
debilitação da identidade partidária, a crescente desfiliação de partidos, e, finalmente , o como fato de que os
partidos são as instituições pior avaliadas. No entanto, os partidos seguem
tendo um monopólio absoluto e inquestionável sobre as funções operativas ou dos
procedimentos que atribui ao sistema político a seleção e recrutamento de
lideranças, a formação de governos e a formulação de políticas públicas.
Fonte: por Alex Cruz. – Sul 21.