O Brasil aparece em quinto lugar
no crescimento per capita entre 20 países analisados por um novo "Índice
de Riqueza Inclusiva (IRI)", lançado neste domingo, que busca suprir as
deficiências de dois outros índices já existentes, o PIB (Produto Interno Bruto)
e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). A apresentação foi feita este
domingo, na Rio+20.
Para o programa, o PIB e o IDH
são falhos porque medem a economia dos países e não incluem informações sobre o
meio ambiente e se as políticas nacionais são sustentáveis ao longo do tempo.
"Nem o PIB nem o IDH refletem de nenhuma maneira o estado de conservação
da natureza ou dá indicações se os níveis de bem-estar são sustentáveis",
afirma a pesquisa.
Já o IRI oferece, diz a ONU, uma
"análise mais abrangente dos vários componentes de riqueza de um país,
avaliando mudanças em capital humano, produzido e natual ao longo do tempo e
apresenta uma perspectiva no bem-estar humano e na sustentabilidade".
No ranking do IRI elaborado com
base na performance anual entre 1990 e 2008, o Brasil aparece empatado na
quinta posição com Índia, Japão, Reino Unido. Seis dos 20 países avaliados
tiveram crescimento negativo no IRI - Colômbia, Nigéria, Rússia, Arábia
Saudita, África do Sul e Venezuela. O principal motivo foi crescimento
populacional, com a exceção da Rússia.
Dos 20 países - que representam
56% da população e 72% do PIB mundial - 19 tiveram queda no capital natural, ou
seja, destruíram a natureza mais do que compensaram essa destruição. O Japão,
que aumentou sua cobertura de florestas, foi a exceção. Para 13 dos demais
países, essa diminuição não correspondeu exatamente a uma queda no índice
Embora, entre os países medidos
no PIB per capita, o Brasil fique na metade final (11a posição, com 1,6% de
crescimento médio), no IRI o País salta para a quinta, com 0,9%.
As mudanças na riqueza inclusiva
do Brasil se deveram principalmente pelo rápido crescimento em capital humano,
em 48%, o que compensou a considerável perda de 25% do capital natural. Essa
perda se deu principalmente pelo desmatamento de florestas (66% dessa perda),
além de uso de áreas para agricultura e o uso de combuistíveis fósseis.