Caro leitor,
Conforme combinamos, prossigo com o
objetivo de detalhar os seis principais erros cometidos pelo investidor
iniciante. Abordá-los tem sido muito bom também para mim, já que posso
compartilhar com vocês aquilo que vivi e passei antes de conseguir transformar
meu dinheiro em um aliado rumo à independência financeira.
Durante meus primeiros anos de
investimento, percebi que tinha a tendência de
escolher o caminho mais simples e menos desafiador. Isso significava
investir pedindo conselhos aos meus pais e familiares. Acontece que muitos
deles simplesmente não tiveram oportunidades de maximizar seus ganhos através
de aplicações como bolsa de valores, Tesouro Direto e Fundos de Investimento
Imobiliário (FII), para ficar em alguns exemplos. Tais opções ou não existiam
ou estavam disponíveis apenas para investidores diferenciados.
Erro 2: Investir só
no que você conhece.
Todos nós temos um histórico
relacionado ao aprendizado de finanças pessoais e investimentos. Grande parte
de nosso conhecimento vem do que aprendemos com os pais e pessoas mais
próximas, bem como a partir de nossas experiências (positivas e, sobretudo,
negativas). Os dias atuais exigem uma postura diferente em relação ao dinheiro
- explico isso melhor no ebook "Educação Financeira: um estilo
de vida" .
O Brasil era outro antes da chegada
do Plano Real e do amadurecimento de nosso mercado financeiro como um todo.
Assim, eu era influenciado a manter parte do dinheiro na poupança, investir em
fundos bancários ou partir para os imóveis, que eram considerados investimentos
de maior risco. E só. Por algum tempo, esse era todo o meu conhecimento de investimentos.
Então decidi investir em minha
formação e parti para a leitura incansável de livros, artigos e revistas da
área. Fiz contato com diversos profissionais e aumentei o leque de alternativas
de investimento à minha disposição. Quero dizer, eles sempre estiveram
disponíveis, mas eu não tinha informação complementar alguma sobre como
aproveitá-los em meu portfólio. Decidi mudar essa realidade.
Cito dois exemplos clássicos de falta
de informação:
1. Renda fixa
Para muitos, investir em renda fixa é
simplesmente colocar dinheiro em um fundo conservador indicado pelo gerente
bancário. Para minha sorte, descobri que comprar títulos do governo pode render
muito mais. O Tesouro Direto permite que qualquer cidadão brasileiro possua
títulos atrelados à Selic (taxa básica de juros). Ora, por que pagar taxa de
administração ao banco se podemos comprar os mesmos títulos diretamente? O
economista Humberto Veiga, amigo e
especialista na área, tem um excelente ebook sobre isso, chamado "O Essencial Sobre Tesouro
Direto" .
2. Renda variável
Alguns parentes de idade mais
avançada não suportam que eu mencione o mercado de ações como parte de minha
estratégia de investimentos. Costumo escutar frases tipo"Lá só existem especuladores" ou "Isso está mais pra
jogo, cassino, que investimento". Soa familiar? A realidade é outra:
o mercado de ações é a forma mais barata de uma empresa financiar-se, já que ao
lançar ações ela quer sócios que acreditem nela (e não dinheiro emprestado e
que deverá ser devolvido com juros). Ou seja, é fundamental para o crescimento
do país como um todo. Nós temos inúmeros videos explicando o mercado de ações,
assista em www.youtube.com/dinheirama.
Reflexão
Faça uma avaliação de sua situação
seguindo este breve roteiro:
· Onde você investe
seu dinheiro atualmente?
· Por que escolheu
esta(s) alternativa(s)?
· A rentabilidade
acumulada satisfaz seus objetivos?
· Você cria
justificativas ou inventa dificuldades para não investir em outro produto,
preferindo usar o dinheiro para consumir?
· Faria diferente se
tivesse mais conhecimento relacionado a investimentos?
· Será que não é
possível investir melhor?
Curiosidade: os pesquisadores
Trond M. Døskeland, da Norwegian School of Economics and Business
Administrations, e Hans K. Hvide, da Aberdeen Business School, publicaram o
estudo “Do
Individual Investors Have Asymmetric Information Based on Work Experience?”,
que mostra que as pessoas que investem apenas em ações a que estão
profissionalmente ligadas não conseguiram obter melhores resultados que a média
do mercado.
Investir só nos produtos que já
conhecemos traz alento e permite facilidades na tomada decisões, é verdade. No
entanto, agir sempre assim pode levá-lo ao vicio de investir em alternativas
cada vez menos rentáveis, deixando de lado verdadeiras oportunidades de
multiplicar seu patrimônio. É hora de aprender mais!