Metas são excelentes para quem quer crescer na vida e nos negócios. O
problema é que as metas, se não forem bem trabalhadas, mais paralisam do que
impulsionam as pessoas.
Eu gosto de metas, mas sei o quanto elas podem fazer mal quando não
são bem delineadas e explicadas aos colaboradores. Sou a favor de termos metas
e também comungo da ideia de que elas devem ser desafiadoras. Porém, vou dizer
algo que você não lê com frequência: "para a maioria das coisas grandes
que a gente conquista na vida, não tínhamos metas ousadas ou sequer tínhamos
alguma".
Quando meu primeiro filho estava para nascer eu não tinha emprego.
Minha meta, se é que podemos chamar assim, era ter condições de comprar fralda
e leite para ele, afinal, raramente alguém no fundo do poço consegue pensar em
metas desafiadoras. O que a gente quer mesmo é ser capaz de manter o sustento
básico. Com paciência e persistência as coisas foram mudando e, acredite, a
maior parte das coisas que conquisto é porque ainda penso que preciso comprar
leite e fraldas, e não porque traço metas mirabolantes.
É claro que entendo que precisamos pensar grande, desejar mais da
vida, contudo, falar isso para quem não tem grana nem para um pacote de fraldas
não tem o mesmo som de quando falamos para quem já está num patamar mais
elevado.
Para mim, as melhores metas são aquelas que não focam em dinheiro, em
volume de vendas ou produtividade. Se você falar para um vendedor que ele tem
que vender um milhão de reais por mês, isso pode assustá-lo e não surtirá o
efeito que a empresa deseja. Já se ele tiver como meta que sua família sinta
orgulho por ser o melhor vendedor do mês e poderão ter uma farta ceia de Natal
seu empenho será totalmente diferente. As empresas estão errando em dar metas
para seu pessoal focando no quanto eles têm que vender ou produzir. Os líderes
têm que compreender que devem mostrar o quanto os colaboradores vão ganhar, e
não no quanto a empresa quer vender.
Deste modo: em vez de dizer "precisamos vender um milhão de reais
este mês", devem falar: "quero que cada um ganhe 10 mil reais por
mês, pois assim poderão comprar o carro dos sonhos, a casa própria, o brinquedo
do filho. Portanto, façam suas contas e vejam quanto precisam
vender/produzir".
Paulo, mas e os que não desejarem ter ou dar isso à família? Simples,
aí você decide se deve ficar com eles, pois fazem um bom trabalho, mesmo não
tendo ambição de crescer, ou se os demite, caso precise de pessoas mais
arrojadas, ambiciosas.
Você, colaborador, foque diferentemente as suas metas. Não pense em
ganhar dinheiro e mais dinheiro. Pense em colocar mais sorrisos no rosto dos
seus clientes, e no rosto de quem ama, em dar conforto à sua família, em
comprar a bicicleta nova para o filho, ou, de pelo menos dar a ele um tênis
novo para ir ao colégio. Isso é muito mais valioso do que bater metas da
empresa. Modificando o foco você tem muito mais condições de bater qualquer
outra meta que receber.
Por Professor Paulo Sérgio – www.administradores.com.br