Através da fundamentação do campo
de estudos do Stakeholding, criei o conceito de Unbeatability, segundo o qual
empresas seriam capazes de dar um passo adiante no contexto da competitividade,
tornando-se tecnicamente imbatíveis na relação com alguns de seus stakeholders,
como clientes, funcionários ou mesmo investidores.
O resultado é um aproveitamento
dos recursos humanos muito mais inteligente, já que alivia a pressão
competitiva sobre os colaboradores, reduzindo a carga de trabalho e aumentando
a qualidade de vida. A minha proposta sempre foi trocar a exploração pela inteligência,
e não o contrário. Algo que me proponho a detalhar no workshop, "Como
construir negócios imbatíveis", que deverá acontecer em diversas cidades.
De antemão, podemos ver algumas
das características inerentes a esse tipo de empresa.
O amor é realmente tudo o que precisamos
À primeira vista, a inspiração de John Lennon parece ser um absurdo,
principalmente quando trazida ao meio corporativo. No entanto, devemos
considerar que toda organização é baseada em um complexo esquema de trocas,
sejam elas por produtos, produtividade ou mesmo conceitos. O que define a forma
como essas trocas serão realizadas é a percepção dos indivíduos sobre os
benefícios que deverão ser adquiridos, o famoso "o que é que eu ganho com
isso".
Esses benefícios podem satisfazer
uma necessidade meramente racional e quantitativa ou se estender pela
realização de um desejo emocional. No primeiro caso, ganha quem puder oferecer
mais pelo menor preço, ou maior salário. Já no segundo, as alternativas
concorrentes não são nem mesmo consideradas. Significa amar uma opção pela
convicção de que só ela poderá satisfazer os seus interesses. Ou visto de outra
forma, empresas imbatíveis são aquelas capazes de conquistar o amor dos seus
stakeholders, não necessariamente com mais trabalho, mas sim com mais
inteligência.
Capacidade de construir tendências de comportamento
Se todo consultor tem a sua própria ladainha sobre o que uma empresa
deve fazer, a minha talvez seja "aprenda a estabelecer tendências
favoráveis de comportamento". Sem essa habilidade, produtos excelentes
fracassam, equipes talentosas ficam desmotivadas e é claro, investidores
procuram outras ondas para surfar.
Esse princípio deixa clara a
importância de entender o ser humano para então colocá-lo no centro dos
processos. Só assim é possível satisfazer os seus interesses e esperar que ele
satisfaça as necessidades da organização. Em síntese, isso é o que significa
estabelecer tendências favoráveis de comportamento, oferecer o objeto de troca
(seja ele tangível ou não) adequado à resposta pretendida.
Engenharia de marca
A marca é o componente responsável por agregar tudo o que uma
organização representa aos olhos daqueles que exercem qualquer influência sobre
as suas atividades. Por consequência, empresas imbatíveis devem ser capazes de
orientar o desenvolvimento da sua imagem de modo a agregar benefícios –
principalmente os de satisfação das necessidades emocionais – às trocas que
propõe aos seus stakeholders.
O resultado da engenharia de
marca é o que consolidada as tendências favoráveis de comportamento e claro, o
amor das pessoas pela sua empresa.
Texto original de Pedro Souza – www.administradores.com.br em 16
de outubro 2012