domingo, 31 de março de 2013

Pesquisa da ENEF revela que educação financeira faz diferença na vida dos jovens


Pesquisa divulgada em 2010  pelo Banco Mundial durante o workshop “Avaliação de Impacto do Projeto Educação Financeira nas Escolas em 2010”, realizado no Rio de Janeiro, revela que o ensino de educação financeira nas escolas afeta positivamente o conhecimento sobre a economia e o comportamento dos jovens brasileiros.

A análise identificou mudanças significativas não apenas nos estudantes entrevistados, como também em seus familiares: os pais se tornaram mais propensas a incluir os filhos na tomada de decisão financeira familiar e discutir assuntos relacionados a dinheiro e orçamento doméstico.

As conclusões vieram de um estudo que ouviu quase 27 mil estudantes do ensino médio de 900 escolas públicas do Brasil, todos participantes da primeira fase do programa piloto de educação financeira da ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) – uma iniciativa da qual a BM&FBOVESPA é uma das principais patrocinadoras.

A pesquisa, que envolveu escolas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Tocantins, Distrito Federal e Minas Gerais, foi realizada em duas fases. Na primeira, em agosto do ano passado, os jovens e seus pais responderam a um questionário com cerca de 150 perguntas  a fim de mensurar a percepção de conhecimento e atitudes em relação ao dinheiro.

Ficou constatado, por exemplo, que 63,1% dos entrevistados costumam direcionar seus recursos com a compra de roupas, seguido por: lazer (45,7%), lanches (37,1%), alimentação (23,4%) e transporte (18,8%). Ainda na esfera do consumo, o levantamento informou que apenas 61% negociam a forma de pagamento, e 35% dos estudantes não pesquisam modelos ou marcas semelhantes antes de comprar. Os hábitos de poupança também foram avaliados: somente 15,7% costumam guardar dinheiro para projetos futuros.

A segunda etapa do projeto consistiu em introduzir, nas escolas participantes, conceitos de educação financeira a partir de aulas ministradas pelos professores que exploraram situações econômicas ligadas ao cotidiano dos alunos. Contudo, para que existisse uma base de comparação, apenas metade dos jovens recebeu as atividades da ENEF e o material didático correspondente. Quatro meses após esse treinamento, o impacto dos resultados do projeto piloto nas escolas ficou comprovado.

Quando o estudo comparou os dois grupos, descobriu que os alunos que receberam conceitos financeiros desenvolveram mais habilidades para entender contextos econômicos, como a análise do orçamento familiar, por exemplo.

O entendimento sobre o que era inflação, que antes era compreendido por 33% dos entrevistados, atingiu 36% dos alunos que tiveram as aulas da ENEF. “Apesar de as diferenças não serem acentuadas, estamos felizes pelos resultados, pois o Brasil foi o País onde mais se constatou o impacto da educação financeira se comparado com os demais países que passaram por esse mesmo teste”, afirmou Rogelio Marchetti, especialista sênior do Banco Mundial.

O estudo apontou também que estudantes do sexo feminino conseguiram obter um maior nível de alfabetização financeira, assim como alunos com melhor condição socioeconômica e com pais que atuam no setor formal da economia. Por outro lado, os níveis de conhecimento nesse tema ficaram menores em alunos que repetiram, pelo menos, um ano escolar e cujas famílias pertencem a grupos de baixa renda.

No workshop, estiveram presentes o diretor de Desenvolvimento e Fomento da BM&FBOVESPA, José Antonio Gragnani; a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana; o diretor do Banco Mundial (BIRD) para o Brasil, Makhtar Diopp; além de representantes do Banco Central, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e Ministério da Educação.

Mais informações sobre o ENEF podem ser encontradas no sitewww.vidaedinheiro.com.br.

 Fonte: Gerência de Imprensa - BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros www.bmfbovespa.com.br/imprensa