Pesquisa divulgada em 2010 pelo Banco Mundial durante o workshop
“Avaliação de Impacto do Projeto Educação Financeira nas Escolas em 2010”,
realizado no Rio de Janeiro, revela que o ensino de educação financeira nas
escolas afeta positivamente o conhecimento sobre a economia e o comportamento
dos jovens brasileiros.
A análise identificou mudanças
significativas não apenas nos estudantes entrevistados, como também em seus
familiares: os pais se tornaram mais propensas a incluir os filhos na tomada de
decisão financeira familiar e discutir assuntos relacionados a dinheiro e
orçamento doméstico.
As conclusões vieram de um estudo
que ouviu quase 27 mil estudantes do ensino médio de 900 escolas públicas do
Brasil, todos participantes da primeira fase do programa piloto de educação
financeira da ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) – uma
iniciativa da qual a BM&FBOVESPA é uma das principais patrocinadoras.
A pesquisa, que envolveu escolas
dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Tocantins, Distrito Federal e
Minas Gerais, foi realizada em duas fases. Na primeira, em agosto do ano
passado, os jovens e seus pais responderam a um questionário com cerca de 150
perguntas a fim de mensurar a percepção
de conhecimento e atitudes em relação ao dinheiro.
Ficou constatado, por exemplo,
que 63,1% dos entrevistados costumam direcionar seus recursos com a compra de
roupas, seguido por: lazer (45,7%), lanches (37,1%), alimentação (23,4%) e
transporte (18,8%). Ainda na esfera do consumo, o levantamento informou que
apenas 61% negociam a forma de pagamento, e 35% dos estudantes não pesquisam
modelos ou marcas semelhantes antes de comprar. Os hábitos de poupança também
foram avaliados: somente 15,7% costumam guardar dinheiro para projetos futuros.
A segunda etapa do projeto
consistiu em introduzir, nas escolas participantes, conceitos de educação
financeira a partir de aulas ministradas pelos professores que exploraram
situações econômicas ligadas ao cotidiano dos alunos. Contudo, para que
existisse uma base de comparação, apenas metade dos jovens recebeu as
atividades da ENEF e o material didático correspondente. Quatro meses após esse
treinamento, o impacto dos resultados do projeto piloto nas escolas ficou
comprovado.
Quando o estudo comparou os dois
grupos, descobriu que os alunos que receberam conceitos financeiros
desenvolveram mais habilidades para entender contextos econômicos, como a
análise do orçamento familiar, por exemplo.
O entendimento sobre o que era
inflação, que antes era compreendido por 33% dos entrevistados, atingiu 36% dos
alunos que tiveram as aulas da ENEF. “Apesar de as diferenças não serem
acentuadas, estamos felizes pelos resultados, pois o Brasil foi o País onde
mais se constatou o impacto da educação financeira se comparado com os demais países
que passaram por esse mesmo teste”, afirmou Rogelio Marchetti, especialista
sênior do Banco Mundial.
O estudo apontou também que
estudantes do sexo feminino conseguiram obter um maior nível de alfabetização
financeira, assim como alunos com melhor condição socioeconômica e com pais que
atuam no setor formal da economia. Por outro lado, os níveis de conhecimento
nesse tema ficaram menores em alunos que repetiram, pelo menos, um ano escolar
e cujas famílias pertencem a grupos de baixa renda.
No workshop, estiveram presentes
o diretor de Desenvolvimento e Fomento da BM&FBOVESPA, José Antonio
Gragnani; a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena
Santana; o diretor do Banco Mundial (BIRD) para o Brasil, Makhtar Diopp; além
de representantes do Banco Central, Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OECD) e Ministério da Educação.
Mais informações sobre o ENEF
podem ser encontradas no sitewww.vidaedinheiro.com.br.
Fonte: Gerência de
Imprensa - BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros www.bmfbovespa.com.br/imprensa