quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Concorrência de famosos pode apressar reforma política

Detonados de forma sistemática e quase fulminante pelos meios de comunicação, como se fossem todos indesejáveis e sem qualquer atividade relevante para o país, os políticos paulatinamente vão dando lugar na eleição a artistas, jogadores de futebol, palhaços, dançarinas e outros aspirantes à vida pública.

A regra dourada para o sucesso das candidaturas parece ser a exposição na mídia, qualquer que seja ela. Vítima ou acusado, tanto faz, a fama tem se tornado mais importante do que a reputação.

Algumas personalidades chegam ao ponto de terceirizar o seu prestígio. No horário eleitoral, vêem-se constrangedoras situações de candidatos mudos, que são apresentados como herdeiros dessas subcelebridades.

Famosos por instantes, ou nem tanto, estes nomes são disputados pelos partidos como verdadeiras iscas, capazes de render mais votos e carregar políticos menos populares nas costas.

Diante deste quadro quase carnavalesco, repleto de candidatos-personagens, a reforma política pode retornar ao Congresso como prioridade na nova legislatura.

Temida até então por parte significativa dos parlamentares, e não realizada em face da dificuldade de encontrar consensos, as mudanças constitucionais podem significar uma tábua de salvação para muitos da classe política.

Duas questões são centrais no debate: a votação de candidatos proporcionais por listas partidárias e o financiamento público de campanha.

Contra a votação em listas, sempre se opôs o poder que seria conferido às cúpulas dos partidos de estabelecer a ordem dos candidatos - eis que os votos seriam destinados às legendas.

De outro lado, as listas formariam a noção de que os eleitores devem escolher os partidos e não as personalidades que hoje praticamente prescindem deles.

O financiamento público de campanha tem como objetivo estimular o maior equilíbrio entre as candidaturas, evitando o abuso do poder econômico e, especialmente, a cobrança dos doadores aos eleitos.

O financiamento por empresários, como acontece hoje com a maioria dos partidos, é a porta pela qual as futuras negociatas são estabelecidas. Os eleitos já tomam posse em dívida com seus patrocinadores.

A reforma fortalece e centraliza a vida política nos partidos. Mas poucos são os que acreditam que as atuais agremiações têm a consistência necessária para enfrentá-la. Está cada vez mais difícil estabelecer critérios capazes de distingui-los perante os eleitores.

O regime militar de mais de duas décadas causou sensível desorganização na vida partidária da qual até hoje nos ressentimos. Os partidos foram obrigados simplesmente a começar do zero e, estimulados pelas coligações nas eleições posteriores, viram suas diferenças se tornando cada vez mais fluídas.

Por estes motivos, há quem acredite não ser possível fazer uma reforma política fundada em partidos fracos.

Mas, de outro lado, é razoável supor que as exigências provocadas por tais alterações podem justamente fortalecer os partidos, ajudando a evitar que continuem servindo de plataforma de aluguel para interesses pessoais.

Se a reforma até agora vem sendo tratada em banho-maria, o instinto de sobrevivência, que é o mais apurado dos sentidos de um político, pode fazer com que a questão retorne à baila no começo da nova gestão.

Fonte: www.terra.com.br- texto de Marcelo Semer, com algumas alterações

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lula foi o presidente que modernizou o Brasil, diz jornal francês

Uma reportagem na edição desta terça-feira do jornal francês Le Figaro afirma que Luiz Inácio Lula da Silva foi o presidente responsável por "modernizar o Brasil". O texto, que recebeu uma chamada na capa do Le Figaro, é assinado pela correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Lamia Oualalou.

A reportagem conta a história de Ricardo Mendonça, paraibano de Itatuba que se mudou para o Rio de Janeiro à busca de emprego em 2003 e conseguiu entrar na universidade graças a uma bolsa do programa Pro-Uni, do governo federal. O jornal atribui o sucesso de Mendonça às políticas do governo Lula.

"Histórias como esta de Ricardo o Brasil registra aos milhões. A três meses do fim do seu segundo mandato, este é um país mudado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixará ao seu sucessor", escreve o Le Figaro.

O jornal diz que quando Lula chegou ao poder, em 2003, o Brasil era um país sem "grandes esperanças" que havia finalmente dado uma chance a um "turbulento barbudo onipresente na cena eleitoral deste o restabelecimento da democracia".

O Le Figaro destaca que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu combater a hiperinflação com o Plano Real, mas que se tornou "muito impopular" antes de deixar o poder em 2002.

Citando analistas políticos brasileiros, o jornal diz que Lula foi responsável por ampliar políticas sociais do governo anterior. "O chefe de Estado reagrupou algumas medidas sociais do seu antecessor e às deu uma dimensão inimaginável", diz a reportagem do jornal.

"Pela primeira vez na história, o Brasil assiste a uma redução continua e inédita das desigualdades. Em dois mandatos, 24 milhões de brasileiros saíram da miséria e 31 milhões entraram para a classe média."

O jornal diz que o governo quer agora usar a riqueza dos novos campos de petróleo descobertos no litoral brasileiro para criar um fundo que beneficie os mais pobres. O Le Figaro destaca que apesar dos avanços, o Brasil ainda é um dos mais desiguais da América Latina e do mundo, com altos índices de analfabetismo e problemas crônicos de saúde pública.

O jornal alerta também que as autoridades e parte dos analistas no Brasil não estão imunes a "complacência".

Fonte:www.terra.com.br

domingo, 19 de setembro de 2010

A legião dos degenerados

Se alguém disser aos barões da mídia que “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”, será chamado de tudo que a máfia da comunicação usa para desqualificar críticos. Contudo, o autor da frase é Joseph Pulitzer.

Pulitzer foi homenageado postumamente com a criação do Prêmio Pulitzer, a mais ambicionada premiação jornalística do mundo. Quem não se lembra da namorada do Super-Homem, a repórter Lois Lane, arriscando a vida em reportagens perigosas na tentativa obstinada de ganhar o prêmio ao custo da própria integridade física?

Como previu o visionário, parte da imprensa brasileira está corrompendo seu público fiel. Essa “imprensa cínica, mercenária e corrupta” foi edificada por empresários gananciosos como Roberto Marinho ou Otávio Frias de Oliveira, entre outros de triste memória que, para encurtar, lembro que fundaram e sustentaram a ditadura mais sangrenta e longeva que este país conheceu.

Hoje, depois de décadas e décadas em que Globos, Folhas, Vejas e Estadões perverteram a comunicação no Brasil, formou-se um público ainda minoritário mas que ameaça crescer até contaminar toda a sociedade.

As taras inoculadas por esses impérios de comunicação em certa parcela dos brasileiros se tornam mais evidentes entre os mais ricos, que não são necessariamente os mais cultos, mas que detêm recursos para pagar pelo jornalismo traficante de mediocridade e degeneração.

Venho tendo tais reflexões durante a leitura eventual de colunas de cartas de leitores dos jornais supra mencionados. A desonestidade intelectual de alguns desses leitores mostra no que aqueles veículos estão transformando o seu público.

Reproduzo, abaixo, exemplo frugal do que essas pessoas cometem. Sua retórica pervertida revela a legião de degenerados que uma autoproclamada “imprensa” está parindo. E com financiamento dos impostos de todos os brasileiros.

Não importa o tamanho do escândalo: nada atingirá o PT, na medida em que a eleição se faz por meio de votos de pessoas que não sabem ler ou escrever. Se ao menos no Estado de São Paulo fosse dada mais atenção à educação nos últimos 16 anos, talvez fosse diferente o quadro atual. A criança pobre de 16 anos atrás hoje é uma analfabeta por ter passado de ano sem saber ler ou escrever. Que o PSDB não culpe a ignorância do povo como se fosse consequência do acaso. MARCOS COSME PORTO (Campinas, SP)

Essa carta basta como exemplo. Foi publicada na última edição dominical da Folha e encerra o potencial necessário para exemplificar a corrupção moral que habita os dois lados – o do leitor e o de quem editou e publicou o que ele escreveu.

Tanto a Folha quanto o leitor certamente lêem as pesquisas do instituto Datafolha e, portanto, sabem que é mentira que só “pessoas que não sabem ler ou escrever” pretendem votar em Dilma Rousseff. Pelo contrário: ampla maioria dos mais escolarizados não só declara voto nela como é o público mais decidido a fazê-lo.

Essa é uma tentativa do jornal e de seu leitor de disseminarem uma mentira, portanto. E para embeber esse ato vil em alguma verossimilhança, deixam o malandrão, ali, beliscar os tucanos. Mas ele sugere que o voto “ético” seria em alguma alternativa a Dilma, mesmo que seja em Marina Silva.

Tem sido uma tática recorrente da “imprensa”, nos últimos tempos. Acredita-se que o voto na laranja verde de José Serra levará a eleição ao segundo turno e que o tucano estaria nele, teoria que desconsidera a hipótese de que uma subida de Marina às custas de Dilma poderia levar a candidata do PV ao segundo lugar no pleito.

Mas esse foi só um exemplo. Há outros muito piores.

Os próprios trolls que infectam a blogosfera são produtos dessa “imprensa”. São anônimos que passam os dias na internet insuflando brigas, disseminando mentiras como a de que Dilma seria proibida de entrar nos EUA, de que seria “lésbica”, de que teria assassinado ou roubado bancos, de que teria sido “prostituta de terroristas” etc.

Essas pessoas que, gratuitamente – ou nem tanto –, afirmam haver provas das novas acusações pré-eleitorais da “imprensa”, são produtos da doutrinação de homens como Roberto Marinho ou Otávio Frias de Oliveira, que, por vias indiretas, assassinaram centenas de inocentes durante a ditadura militar.

A legião dos degenerados midiática é uma ameaça ao processo civilizatório, mas não é a causa. Donde se concluí que os democratas não devem gastar energia com sintomas da doença como os trolls ou o leitor da Folha acima, mas com a causa. O foco, antes ou depois da eleição, deve ser o de desmascarar a natureza “cínica, corrupta e mercenária” dos barões da mídia.

Texto extraído d blog cidadania

Marina Silva erra e pede votos no 45

Deu na Band que a senadora Marina Silva, talvez empolgada pela hipótese – na qual não creio, honestamente – de ultrapassar José Serra, tomando dele parte dos votos da direita, que anda meio atucanada e perdendo as contas. Hoje, em Vitória, no Espírito Santo, ela errou o número de seu partido e acabou pedindo para que os eleitores votassem “no 45″.

“Ao perceber que havia trocado o número de seu partido, 43, pelo de seu adversário tucano, José Serra, a candidata se desculpou e afirmou que 'qualquer um erra'”.

Erra, sim, Marina, mas persistir no erro, você sabe…

A gente entende que você este “surfando na onda” da desilusão com o Serra. Você já o ultrapassou ou empatou em Brasília, no Rio e na Bahia. E tem muita gente que dá o voto a você por ter sido uma mulher pobre, uma lutadora, uma mulher que defende coisas que não se separam, que são as pessoas e a natureza.

Você, com suas posições ambientalistas, fez bem ao Governo Lula e faria bem a um governo de continuidade ao de Lula. Não dê uma de moralista, porque houve mil e uma irregularidades no Ibama, com você como Ministra, e eram coisas que aconteciam não apenas sem o seu conhecimento mas, com certeza, contra a sua vontade.

Mas perceba, Marina, que o lugar que você almeja lhe está sendo dado pela elite que devastou terra e gente deste país. O seringueiro “sangra” uma árvore não porque queira matá-la, mas porque o leite branco que dela goteja sustenta a sua família. A elite brasileira sangrou a terra e a natureza para engordar e enriquecer.

Marina, morena Marina, não se pinte de elite. Você é uma mulher a quem esta gente sempre desprezou. Agora, querem servir-se de você.

Em 2002, meu avô apoiava Ciro e não Lula. Mas quando viu a vontade do povo se deslocar para Lula, não teve dúvidas em dizer a Ciro, como disse Gláuber Rocha, que mais fortes eram os poderes do povo.

O que você fará, Marina?

artigo de Brizola Neto, publicado no blog Tijolaço extraído de http://altamiroborges.blogspot.com/

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Contratos do governo de SP do PSDB Serra-Alkimin financiam a grande mídia


As assinaturas do Serra:

27/maio/2010
Contrato: 15/00548/10/04
- Empresa: Editora Brasil 21 Ltda.
- Objeto: Aquisição de 5.200 Assinaturas da “Revista Isto É” – 52 Edições – destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 1.203.280,00
- Data de Assinatura: 18/05/2010

28/maio/2010
Contrato: 15/00545/10/04
- Empresa: S/A. O ESTADO DE SÃO PAULO
- Objeto: Aquisição de 5.200 assinaturas do Jornal “o Estado de São Paulo” destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São Paulo – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 2.568.800,00
- Data de Assinatura: 18/05/2010.

29/maio/2010
Contrato: 15/00547/10/04
- Empresa: Editora Abril S/A
- Objeto: Aquisição de 5.200 assinaturas da Revista “VEJA” destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São de Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 1.202.968,00
- Data de Assinatura: 20/05/2010.

8/junho/2010
Contrato: 15/00550/10/04
- Empresa: Empresa Folha da Manhã S.A.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas anuais do jornal “Folha de São Paulo” para as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 2.581.280,00
- Data de Assinatura: 18-05-2010.

11/junho/2010
Contrato: 15/00546/10/04
- Empresa: Editora Globo S/A.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas da Revista “Época” – 43 Edições, destinados as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 305 dias
- Valor: R$ 1.202.968,00
- Data de Assinatura: 20/05/2010.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

No reino das águas turvas



O executivo municipal de Porto Ferreira poderá entregar seu principal ativo nos próximos dias, e com isso, o município ficará com um passivo ainda maior nas contas públicas comprometendo mais o futuro da administração municipal do ponto de vista financeiro.

Para surpresa de muitos, inclusive para alguns integrantes do 1º escalão da prefeitura, o prefeito apresentou no começo deste ano um Projeto de Lei Complementar (PLC) que permite a “privatização” do SAEF.

Eu pedi mais tempo para aprofundar as discussões e inclusive propus participar ativamente desse processo, para que ocorresse uma análise melhor, pois essa “privatização” vai afetar quatro gerações de ferreirenses ou mais, nós adultos, nossos filhos, nossos netos e nossos bisnetos com certeza.

De forma no mínimo precipitada o executivo ignorou: servidores municipais, alguns companheiros de partido, algumas lideranças políticas e uma parte significativa da sociedade civil organizada.

Desconsiderou também os trâmites normais e acelerou o processo. Numa manobra estranha de “seus aliados”, com especial participação do presidente da câmara municipal, esses atropelaram o processo e aprovaram com uma “estranha urgência” a Lei que permite a “privatização” dos serviços de água e esgoto do município de Porto Ferreira por 30 anos.

Para muitas lideranças do município, a única explicação para essa “urgência” é o desejo de viabilizar o mais rápido possível a “privatização” do SAEF.

Mais uma vez, corremos o risco de sobrepor aos interesses coletivos e públicos os objetivos de curto prazo do executivo, da especulação de algumas empresas não tão idôneas e outros “fatores” que beneficiam um grupo pequeno de pessoas.

Segundo especialistas do setor , a experiência brasileira com a privatização demonstra que as empresas não trazem recursos próprios, ao contrário, elas usam recursos públicos e os lucros ficam com as empresas, as quais aplicam esses lucros na “matriz” ou nas grandes cidades, empobrecem ainda mais os municípios pequenos que fizeram a privatização (ou concessão).

Para especialistas ligados as universidades UFSCAR, USP e UFLA, o correto é manter o setor de saneamento básico nas mãos do poder público, com administração competente, controles modernos de administração, servidores treinados, e na gerência pessoas indicadas por serem competentes e não por QI político.

As empresas privadas “concessionárias” de tratamento de água e esgoto promovem (promoveram nos municípios onde tivemos privatização), o aumento brutal das contas para a população em geral que consome acima do mínimo (em Porto Ferreira é só 10 m³), prejudicam a população mais pobre e aumentam os custos para as pequenas e médias empresas com tarifas abusivas.

Empresa pública municipal de saneamento básico bem administrada é a melhor opção segundo relatório da ONU para o banco Mundial feito em 2009.

Como forma de enriquecer a discussão faço o seguinte relato:

... como diretor de administração fiz algumas sugestões e modificações na folha de pagamento da prefeitura de Porto Ferreira no final de 2009, as quais foram aprovadas por unanimidade pela câmara municipal( agradeço o apoio do veredores).Essas modificações estão promovendo uma economia de mais de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) só nesse ano de 2010,e mais de R$ 7.000.000,00 ( sete milhões) nos três últimos anos da atual administração, lembro ainda que só não consegui fazer isso para vigorar em 2009, por que fui voto vencido e não consegui convencer o prefeito em fevereiro de 2009( estava com um mês no cargo)...Além disso essas modificações começaram promover maior justiça na remuneração dos servidores, ou seja, economia para os cofres públicos com justiça social.

... quero deixar claro que uma "empresa pública" pode ser bem administrada e obter resultados positivos, porém para isso deve-se trabalhar bastante,ser competente e comprometimento com o bem público, ter compromisso com a justiça social, não aliar-se a corrupção e nem ceder "aos espertinhos" que criam dificuldades para vender facilidades.

A falsa quebra do Banespa e do BB: as provas

Quem está confessando a verdade, agora, é a própria equipe econômica FHC/BNDES: o Banco do Estado de São Paulo não "quebrou" em 1994. Sua "falência", anunciada ruidosamente, foi forjada por Malan, Loyola, Franco, Serra e aliados – com a conivência do governador tucano Mário Covas, óbvio. O Banespa jamais quebrou – foi tudo encenação para enganar a opinião pública e levá-la a apoiar a sua privatização.

Essa confissão foi feita na semana passada, sem merecer o destaque devido, nos meios de comunicação. Para entender a reviravolta, não custa relembrar a história da "quebra" do Banespa: em 1992, o governo paulista, com o apoio do próprio Planalto, renegociou sua dívida para com o banco, para pagamento em muitos anos, em prestações. Até dezembro de 1994, essas prestações foram pagas.

Naquele mês, já eleito o tucano Mário Covas, e às vésperas de sua posse, o governo Fleury atrasou o pagamento de uma prestação, no valor de R$ 30 milhões, ridículo quando comparado ao tamanho da dívida, então de R$ 5 bilhões. Período do atraso? Apenas 15 dias. Prontamente, a equipe FHC/BNDES aproveitou o "atraso" para considerar que o acordo de refinanciamento da dívida estava quebrado e, como conseqüência, decidiu também que toda a dívida de R$ 5 bilhões deveria ser considerada como prejuízo. Isto é, deveria ser considerada "dinheiro" irrecuperável, e, portanto, lançada no balanço do Banespa como prejuízo.

Qualquer semelhança com o que está ocorrendo em Porto Ferreira na "privatização do SAEF" é mera coincidência


Texto extraído: Jornal Folha de S.Paulo , quinta-feira 5 de junho de 1997

AS AVENTURAS DO CARECA: FÁBULA DE UM PAÍS IMAGINÁRIO

-- Rapaz, eu te falei que esse negócio dos nossos jornais não darem uma linha sobre a história era burrada. A imprensa inteira fazendo o maior auê e a gente dando manchete sobre o aumento da poluição em BH? Foi bandeira demais. Os caras só seguiram a pista.

-- Eu disse ao Alvim. Era só repetir a ladainha “o aparelhamento da Receita, o Estado policial, patati patatá”. Mas não. Ficaram no silêncio, deu no que deu. Ficou óbvio demais.

-- Uso do cachimbo deixa a boca torta.

-- Pois é.

-- O negócio já estava agourado lá atrás, quando o Ecim bateu na namorada. Pô, tá achando que Copacabana é Barão de Cocais? Lá vaza mesmo. A moça lá da Folha que é dona da boate contou, mas não deu nome nenhum.

-- Quem deu?

-- Aquele jornalista lá, do futebol.

-- Por que o cara fez isso?

-- Ele vive afogado em processos, o Ric o odeia.

-- O Rick o está processando também?

-- Não, sua besta, esse é outro Ric, o do futebol!

-- Ah, sei. Mas o que tem a ver?

-- É que o Ric é chapa do Ecim.

-- Isso aí foi antes ou depois daquele recado do careca, o pó pará?

-- Depois. O Ecim já sabia que o chumbo era grosso. Mas aí o Ecim já estava com a galera nossa aqui, já tinha chamado o Yruama. Quando o careca descobriu que o Rick estava processando o Yruama, endoidou. Ele é feio e desengoçado, burro ele não é. Mas aí Inês já era morta, tinha que continuar com a ladainha de que era o partido dos barbudos. Como réu, o Yruama tinha acesso aos autos. Imagina, o Yruama, repórter, macaco velho, com aquela papelada toda. O sujeito até salivou. Um franguinho assado no colo.

-- O que tem na papelada?

-- Toda a história de Lilliput nos anos 90. Como venderam tudo, as negociatas, tudim, tudim. O careca entrou em pânico.

-- O lance é que o careca tentando fingir de indignado não convence nem minha vovozinha. É mais fácil ele aprender a dançar forró que se fingir ultrajado. Aí fodeu mesmo.

-- Mas o plano não era incriminar o partido dos barbudos com o material do Yruama, aproveitando que era sigiloso?

-- Tentaram. Foram lá em Brasília com aquele delegado. O sargentão estava lá também. Não conseguiram nem um aloprado pra arrastar.

-- Mas a Óia não deu a matéria assim mesmo, dizendo que era o partido dos barbudos?

-- Os caras foram lá, mas a história era tão fantasiosa que nem o Quaresma achou que dava pra vender.

-- Mas a matéria saiu.

-- Saiu, porque ali sacumé. Até o cruzamento da mandioca com o rinoceronte eles já inventaram.

-- E aí, o que rolou?

-- A matéria saiu na internet num sábado. Veio o domingo e nada de repercussão. Veio a segunda, nada. Não sei o que rolou na segunda, mas na terça A Esfera entrou solando, publicou matéria repercutindo. O rapaz da Folha até contou que eles nem iam pegar essa história, era vexame demais, mas como A Esfera já tinha publicado, eles tinham que seguir.

-- Nem com a matéria eles conseguiram algum bobo do partido dos barbudos pra pegar um dado sigiloso e depois ser incriminado?

-- Nem um. Filhos da puta. Os barbudos estão ficando espertos.

-- Como é que eles descobrem a relação disso tudo aí com a cidade do Visconde?

-- Internet, meu filho. Lilliput em 2010 não é Lilliput em 1989. Não sei quem foi, mas às 15h o trem já estava pegando fogo na internet.

-- Qual foi a besta quadrada que saiu da reunião dizendo “a internet já descobriu que foi o Ecim”?

-- Não sei quem foi, mas vazou isso também.

-- Como é que está Ecim?

-- Ecim está tranquilo. Agora, o careca está em pânico.

-- E o nosso esquemão aqui?

-- Complicado. Descobriram as matérias clandestinas feitas à noite aqui, pra não sair no jornal e vazar pra outros.

-- Como descobriram? Porra, estamos no oitavo andar!

-- A meia dúzia de quarteirões do Ecim. Eu já te falei, Lilliput em 2010 não é Lilliput em 1989.

-- Como se chama este bairro aqui?

-- Bairro da Serra.

-- Avenida Getúlio Vargas no bairro da Serra?

-- Eu sei, pode rir.

-- E o careca agora?

-- Ficou doidão. Não pode revelar o esquema, começou a brigar com os blogs.

-- Blogs?

-- É uma turma suja que escreve na Internet.

-- O cara quer governar Lilliput e está brigando com os blogs?

-- Desespero, mô fio. O Ecim é que é esperto. O careca odeia o Ecim até mais que ele odeia o barbudão. Do barbudão ele tem é inveja.

-- E o barbudão?

-- Estava lá em Porto Alegre quando vazou tudo. Sendo beijado pelo povo, aquela nojeira.

-- Tem perigo disso sair na imprensa?

-- Tem não. Morrem de medo, rabo preso, sacumé. O lance é que dá na mesma, está todo mundo migrando pra internet.

-- O Yruama está se cuidando?

-- Aquele ali é doido de pedra. Você sabe, ele voltou pra Minas depois que levou aquele tiro em Brasília.

-- Nosso esquemão aqui sobrevive?

-- Claro. Minas é tranquilo.

-- Então a mulher vai ganhar mesmo?

-- De lavada.

-- E o careca?

-- Se fodeu.

-- Acho que é até melhor pra nós.

-- Com certeza.

-- O careca ficou sozinho então?

-- Ficou sozinho


Texto extraído do blog cloacanews Por Idelber Avelar, d'O Biscoito Fino e a Massa

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Guerra do dossiês em 2002 entre PSDB e PFL


Acredite, se quiser. Está aqui = http://veja.abril.com.br/200302/p_038.html tudo aqui, nos arquivos digitais daquilo que, um dia, foi uma revista.

Uma grande inversão


O que surpreende nesta campanha eleitoral é a capacidade de transferência de votos de Lula para Dilma. Esta era uma personagem desconhecida em termos eleitorais. Sua vocação era outra: a de servidora pública, empenhada na gestão de empresas estatais ou planos de desenvolvimento.

Assim, quando Lula sacou o seu nome e o apresentou ao distinto público, não faltaram análises de que o homem não queria eleger o sucessor, no caso, sucessora.

Escolhera um nome destinado a uma derrota eleitoral honrosa, evitando sombras em sua popularidade. Mas não foi isto que aconteceu. Lula investiu na herdeira, pessoalmente e com a máquina pública. Os resultados não se fizeram esperar e até agora espantam os analistas. O que dizer destas evidências? Os mais simplórios, como sempre, denunciam sombrias manipulações.

É uma velha cantilena, de direita e de esquerda. Quando o eleitorado não acompanha suas propostas é porque está sendo manipulado. Para a velha UDN, era Vargas o grande manipulador. Para as esquerdas, depois da ditadura, era a TV Globo que orquestrava as mentes. A conclusão é sempre a mesma: as pessoas não sabem votar. Multidões passivas, despolitizadas, idiotas! Idiota, no caso, é a interpretação, incapaz de compreender a complexidade do processo histórico.

Uma outra linha interpretativa foi importada de análise feita nos EUA a propósito da eleição de Bill Clinton. Um gênio teria formulado a frase: é a economia, seu estúpido! Queria dizer com isto que o eleitorado estadunidense estaria votando de acordo com seus interesses econômicos. Como Clinton falou, e muito, do assunto, ganhou as eleições com folga.

Transportada para o Brasil, a tese poderia ser assim traduzida: as classes populares, na grande maioria, estariam votando com o bolso, ou seja, como os governos de Lula as beneficiaram economicamente, elas tenderiam a manter uma fidelidade canina ao benefactor. A análise não é destituída de fundamento. Com efeito, os interesses econômicos são um ingrediente importante nas escolhas de qualquer eleitorado. Mas, se o ser humano não vive sem pão, sabe-se também que "nem só de pão vivem os humanos".

A hipótese que sustento é que a aprovação do governo Lula e a sua inusitada capacidade de transferência de votos residem num processo mais profundo: o acesso progressivo das classes populares à cidadania. Lula é a expressão maior disso. Ele é visto como o político que promoveu como ninguém este acesso. Isto tem a ver com bens materiais, sem dúvida. Mas há outros bens, simbólicos, mais importantes que o pão nosso de cada dia. E é isto que as direitas raivosas e as esquerdas radicais não percebem. As pessoas comuns, desde os anos 1980, e cada vez mais, começaram a achar graça nas instituições e nas lutas institucionais. Política, assunto de brancos ricos, começou a ser também de pardos, negros, índios e brancos pobres.

Esta é uma novidade óbvia, senhores e senhoras das elites brancas (a expressão é de Cláudio Lembo, líder conservador). Se Vossas Excelências puserem o ouvido no chão, talvez sejam capazes de ouvir o tropel que se aproxima. Se olharem para o mar, vão ver o tsunami que vem por aí. Na história desta república, só antes de 1964 houve coisa parecida com o que está ocorrendo agora. Entretanto, na época, os movimentos populares queriam muito e muito rápido. Não deu. Veio o golpe, paralisou e reverteu o processo. Agora, não. A multidão come pelas bordas, com paciência e moderação, devagar e sempre, mas a fome destas gentes é insaciável.

Quando as pessoas comuns compreendem os benefícios da democracia, querem para elas também. É raso imaginar que tudo se esgota no pão. O pão quentinho é gostoso, quem não gosta? É mais do que isto, porém: os comuns querem a cidadania. Plena. Querem jogar o jogo político como gente grande, como antes só os brancos ricos faziam. Uma grande inversão.

Vai dar? Não vai dar? Veremos. Mas uma coisa é certa: não vai ser tão fácil deter esta onda.


Fonte:www.aleporto.com.br/ texto de Daniel Aarão Reis

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Notícia urgente........

Renda per capita avança


Apesar do avanço da renda per capita ( PIB per capita ), o Brasil tem um grande desafio para o futuro próximo,é melhorar a distribuição de renda nacional, diminuindo a concentração de renda e terras no país.

A distribuição da renda poderá ocorrer na medida que diminua a taxa de desemprego, aumente a oferta de moradia para a população de baixa renda, vagas nas creches públicas estatais para todas as crianças, especialmente para filhos e filhas das trabalhadoras, escolas públicas estatais de educação infantil e ensino fundamental de período integral para todas as crianças/jovens. Essas escolas e creches devem oferecer alimentação completa, material didático-pedagógico e orientação psico-social-profissional.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Caso do sigilo foi “fogo amigo”?


O Blog do Rovai, do jornalista Renato Rovai, editor da revista Forum, publicou hoje um post interessante que levanta a hipótese de que a quebra de sigilo de pessoas próximas a Serra tenha se dado por fogo amigo tucano.

Quando o sigilo da filha de Serra foi quebrado, em setembro de 2009, a disputa entre Serra e Aécio pela indicação do PSDB à Presidência estava no auge. E alguns fatos suspeitos teriam acontecido no período.

O jornal Estado de Minas estaria preparando material jornalístico contra Serra e o tucano paulista teria tomado conhecimento disso. No início de novembro, a coluna de Joyce Pascowich, na Folha de S.Paulo, publica que um político teria agredido a namorada e o jornalista Juca Kfouri escreve que foi Aécio.

Em 18 de dezembro, Aécio desiste da disputa.

“Esta poderia ser uma linha de apuração para a quebra de sigilo da filha de Serra em setembro de 2009, auge da disputa entre Serra e Aécio”, sugere Rovai, que ainda levanta uma pergunta procendente:

“Se é caso de aparelhamento de Estado, por que o PT contratou um contador maluco com uma procuração falsa para ter os dados de Verônica Serra? Não seria mais fácil pedir para alguém de confiança da Receita fazer o serviço?



Fonte: Tijolaço