domingo, 16 de junho de 2013

Brasil se torna maior exportador mundial de milho na safra 2012/2013

Com a venda de 27 milhões de toneladas de milho ao exterior, o Brasil se tornou pela primeira vez, na safra 2012/2013, o maior exportador mundial do grão, mas deve perder o posto, no ano que vem, para os Estados Unidos, como aponta relatório divulgado no dia 13 de junho pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que as exportações brasileiras de milho sofram uma queda até 2014 - de 27 para 23 milhões de toneladas - e que as vendas americanas atingirão 34 milhões de toneladas, 10 milhões acima da registrada na temporada atual.

"Em 2012/2013, o Brasil se tornou o maior exportador mundial de milho", diz o relatório da FAO. "Mas a recuperação nos estoques dos EUA deve elevar as exportações a até 34 milhões de toneladas."

Em contrapartida, o Brasil deverá ser o primeiro na exportação de açúcar, sendo responsável pela metade do comércio mundial desse produto. A FAO ressalta, no entanto, que as operações estão ameaçadas pela deficitária infraestrutura do sistema de transporte e portuário no país.

"No Brasil, o alto custo persistente dos transportes continua pesando sobre o retorno dos agricultores, limitando possivelmente a área plantada e, dessa maneira, os ganhos da produção", afirma o texto.

A agência da ONU prevê também uma safra mundial recorde de grãos, incluindo o arroz, neste ano. Deverão ser produzidas mais de 2,46 bilhões de toneladas, o que representa um aumento de 6,5% em relação ao ano passado. O crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela produção de trigo e milho.



Fonte: Deutsche Welle- Agrosolf 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

As probabilidades de novas guerras mundiais

O intervalo de tempo que foi concedido à humanidade entre a terceira e a quarta guerra mundial está perto do fim, foi a conclusão a que chegaram os cientistas da Academia das Ciências Militares russa com base na teoria dos ciclos de Kondratiev.
De acordo com essa teoria (também chamada de teoria das "ondas longas"), desenvolvida pelo economista soviético Nikolai Kondratiev, a próxima guerra mundial poderá ter início na próxima década, na opinião de Serguei Malkov, membro da Academia das Ciências Militares e Professor da Universidade de Moscou. A pedido da nossa estação de rádio, o professor expôs a sua visão das perspetivas previsíveis que a humanidade irá enfrentar.
De forma extremamente resumida, os ciclos de Kondratiev são períodos de desenvolvimento econômico da civilização moderna com uma duração de quarenta a sessenta anos.
Nikolai Kondratiev delineou um total de seis ciclos que abarcam um período histórico entre os anos de 1803 e 2060. O quarto ciclo decorreu aproximadamente entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a primeira metade dos anos oitenta. 
Neste momento nós estamos a viver o quinto ciclo que, segundo as previsões de Kondratiev, deverá terminar em 2018. Os adeptos dessa teoria ligam cada ciclo econômico diretamente ao seu nível ou padrão tecnológico. O período atual é caracterizado pelo desenvolvimento das TI, das telecomunicações e da robótica. 
O ciclo seguinte, o sexto, deverá ficar assinalado por um grande avanço das nano e biotecnologias e das tecnologias da informação e do conhecimento.
Cada ciclo, no entanto, além dos avanços tecnológicos, é acompanhado por crises e guerras. O fim do ciclo atual e a transição para o padrão tecnológico seguinte será acompanhado pelo menos por uma fortíssima instabilidade política, ou mesmo por uma guerra mundial, na opinião do Professor da Universidade de Moscou Serguei Malkov:
"Nós encontramo-nos agora na fase de crise, esta evoluiu para uma depressão e estamos à procura de possíveis saídas desse estado de depressão. Nomeadamente graças às novas tecnologias de ponta que serão os controladores do crescimento. São as chamadas tecnologias NBIC: nano e biotecnologias, tecnologias da informação e ciências cognitivas. 
Mas este período é muito perigoso porque ainda não se vislumbra uma saída, enquanto já se acumularam as contradições. Nessa altura, normalmente, acontecem as guerras mundiais. Tanto as comerciais, financeiras, econômicas e políticas, como as guerras propriamente ditas. Acontece uma espécie de reordenamento do mundo".
Realmente, se considerarmos a teoria dos ciclos como um modelo a seguir, podemos verificar que, durante os dois últimos séculos, os acontecimentos mais sangrentos da história mundial ocorreram no final de cada uma das chamadas ondas de Kondratiev. A crise já passou e agora estamos a aproximar-nos do ponto fatal. Segundo as previsões dos partidários da teoria de Kondratiev, o momento crítico irá ocorrer nos anos 2016-2017.
É obviamente difícil prever neste momento se irá rebentar uma guerra mundial em grande escala no sentido tradicional. Mas o professor Malkov não tem dúvidas que irão começar as guerras informativa, psicológica, econômica e comercial:
"A anterior, a Terceira Guerra Mundial ocorreu precisamente na fronteira entre o quarto e o quinto ciclos de Kondratiev. Ela teve lugar sem um uso generalizado das armas, mas os resultados estão à vista: o mapa geopolítico mundial foi redesenhado, a URSS, pretendente ao domínio mundial, e os seus aliados, sofreram uma derrota avassaladora e deixaram de existir na sua forma anterior. Na situação atual, o papel de União Soviética pertence ao novo candidato á supremacia mundial que é a China".
No novo ciclo da espiral do desenvolvimento da humanidade, os acontecimentos principais irão se desenvolver à volta da interação entre a China e os EUA. De resto, o conflito em gestação na Península Coreana está perfeitamente de acordo com o modelo de reordenamento do mundo, é a opinião de Serguei Malkov. 
Neste caso, estas são consequências da política dos EUA que provocam o surgimento de zonas de conflito dentro das fronteiras das zonas dos interesses norte-americanos. Na Região da Ásia-Pacífico, estão presentes, lado a lado, todos os concorrentes "tecnológicos" dos EUA: a Rússia, a China, o Japão e até a Coreia do Sul.
Na opinião de Malkov, neste momento os EUA estão a perder as suas posições por todo o mundo. A instabilidade econômica mundial valoriza o dólar norte-americano e a instabilidade política aumenta a necessidade de os Estados Unidos atuarem como um árbitro internacional. Como os EUA já não conseguem sustentar as suas pretensões à liderança mundial com base no seu poderio econômico, eles irão começar a usar para isso as suas ferramentas políticas, financeiras e mesmo tecnológicas. Os norte-americanos estão simplesmente obrigados a provocar a instabilidade no mundo.
É completamente evidente que, no contexto atual, se trata realmente de uma utopia. Já a realidade é tal que, independentemente da teoria dos ciclos, o reordenamento mundial não é um cenário irrealista.
Fonte: A Voz da Rússia - blog do Nassif