domingo, 29 de julho de 2012

O novo desenvolvimento e o papel do Estado


A análise dos modelos de desenvolvimento nacionais, ao longo dos últimos séculos, permite identificar pontos centrais que deflagram processos.
Há que se preparar as bases, educação, inovação, ambiente favorável ao empreendedorismo etc. Mas o gatilho que muda o patamar da economia é a abertura de mercados.
É o que permite ampliar a escala da produção, abrir espaço para novos investimentos, para as empresas mudar rapidamente de patamar tecnológico e de produção.
Foi assim com a Inglaterra (conquistando o mercado externo), os Estados Unidos (conquistado o interior), a Argentina no final do século 19 (conquistando os pampas e os mercados (norte-americano e europeu) e a China no final do século 20.
É esse impulso inicial que muda a dinâmica do desenvolvimento, cria uma mística interna que facilita reformas, mudanças de paradigma, abre espaço fiscal para políticas proativas.
São vários os caminhos para tal:
Conquista do mercado interno
Os grandes saltos de desenvolvimento brasileiro – político e econômico – foram precedidos de inclusão de novos atores nos mercados de consumo e político. Foi assim com a migração no final do século 19, com a urbanização de São Paulo nos anos 20, com a criação das indústrias do ABC nos anos 50 e, nos últimos anos, com a massificação de políticas sociais.

Outro ponto relevante é o da interiorização do desenvolvimento. A conquista do Paraná, nos anos 50, e do centro-oeste nos anos 70 foram passos fundamentais para a construção da nova economia. Agora, a ampliação da malha ferroviária, o novo dinamismo do nordeste, a dinâmica do sul da Amazonia ampliam essas perspectivas.
Há um conjunto de ferramentas financeiras facilitando o acesso ao mercado. A principal é o crédito. A mera redução dos juros do creditário significa um enorme ganho no poder aquisitivo do consumidor.
Exemplo: prestação de R$ 100,00 por mês, por 48 meses a uma taxa de juros de 4% ao mês permitirá adquirir um bem no valor de R$ 2.120,00. Se a taxa cair para 0,5% ao mês, com a mesma prestação se conseguirá adquirir bem no valor de R$ 4.2580,00 ou um aumento de 101%.
Conquista do mercado externo
Aí se entra na competição com os produtos internos. Há um conjunto de características externas à empresa, como o custo país, questões de infraestrutura, financiamento etc. que serão abordados em outro capítulo.

A abertura de mercado e competição externa - há dois tipos de ação. Uma, de abertura estratégica de mercados. Compõem essa linha acordos comerciais, parcerias entre países, ação diplomática, grandes lances de logística, mecanismos de financiamento etc.

Uma segunda linha é da ação direta sobre preços e concorrência. Entram ai as tarifas de importação, restrições comerciais, barreiras sanitárias, hoje em dia penalizadas por legislação internacional no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio).

Fonte: blog do Nassif