segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cartão de crédito, uma ameaça para as finanças da família?


Texto de  Reinaldo Domingos  
Mais uma pesquisa mostra dados sobre a preocupação que se deve ter com o cartão de crédito. Segundo Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com dívidas subiu para 61,5% (em janeiro, o número era de 60,2%). Dessas famílias endividadas, o estudo apontou que 75,1% possuem dívidas no cartão de crédito. 

Sendo assim, o cartão de crédito é um vilão ou um aliado das finanças da família? Nem um, nem outro, ele apenas é, apenas, uma ferramenta de compra e, como tal, não deve ser responsabilizado pelas dívidas das famílias; trata-se de uma forma de compra segura e de grande utilidade para a população mundial.

O verdadeiro problema está na ausência de educação financeira. Para que se possa ter uma utilização responsável e consciente, preparei algumas orientações:

1. Recomendo que o limite do cartão de crédito não deva ultrapassar 50% do salário ou ganho mensal, o que evitará gastar mais do que se recebe;

2.  Pela grande facilidade de parcelamento no cartão de crédito, a cada dia aumenta mais e mais o endividamento das pessoas. Assim, ao fazer parcelas fixas, é preciso ter consciência que está comprometendo os meses futuros do orçamento mensal;

3. O erro capital em relação ao cartão é pagar a parcela mínima; isso deve ser evitado. As altas taxas de juros cobradas acabam levando a pessoa à inadimplência. Caso não consiga pagar a parcela total, procure outra linha de crédito que não ultrapasse 2,5% ao mês;

4. Evite o pagamento de anuidade do cartão. Hoje, é possível encontrar cartões que não cobram nenhuma taxa de manutenção. Também nunca empreste o cartão de crédito à outra pessoa, mesmo que seja conhecida;

5. Se tiver apenas um ganho mensal, deverá ter apenas um cartão de crédito; caso ganhe semanalmente, poderá ter até três cartões, para os dias 10, 20 e 30. Com isso, poderá comprar seis dias antes do vencimento de cada um deles, ganhando 36 dias para pagamento;

6. Uma forma educada, financeiramente, de utilizar o cartão é saber aproveitar os benefícios que o cartão de crédito pode oferecer, sejam prêmios ou milhagens;

7. Caso perca o controle financeiro e não consiga pagar a fatura total do cartão no vencimento, é preciso fazer, imediatamente, um diagnóstico financeiro e descobrir o verdadeiro problema. Junto com isso, deverá buscar uma linha de crédito com taxas de juros baixos;

8.  É importante estar consciente que, ao parcelar no cartão de crédito, , haverá pagamento de juros em cada prestação;

9.  Lembre-se, você não emprestaria a uma pessoa que não conhece para que pague em prestações sem juros, emprestaria? A resposta é não, portanto, poupe dinheiro, compre à vista e peça descontos;

10.  O cartão utilizado sem consciência promove compras por impulso. Por isso, cuidado! É preciso ter responsabilidade na hora de consumir; sempre pergunte se realmente precisa disso, se tem dinheiro para comprar e se tem como pagar a fatura total do cartão no seu vencimento.

Assim como cheque e dinheiro, o cartão de crédito é uma realidade mundial e deverá ser utilizado constantemente, mas busque sempre o que ele proporciona de melhor. Use com consciência!

domingo, 14 de abril de 2013

O tempo urge: o papel da mídia alternativa


Texto de e Saul Leblon, na Carta Maior

O jogo do conservadorismo para 2014 está montado em duas cartas: uma de natureza diretamente política; outra, de manipulação das expectativas econômicas.

Com a primeira, pretende-se impedir que Lula transfira a força de seu prestígio ao palanque de Dilma. O processo de investigação contra o ex-presidente, engendrado no circuito Gurgel, Valério & Associados, tem essa finalidade.

Com a segunda, trata-se de corroer a confiança do país no futuro, de modo a impedir que o capital privado migre do rentismo para o novo ciclo de investimento produtivo buscado pelo governo.

Ademais de jogar a economia num corner inflacionário , dado o desequilíbrio entre oferta e demanda, o êxito dessa dupla cartada deixaria Dilma ‘solteira’, num palanque cercada de difamação administrativa por todos os lados.

Esse é o jogo.
O primeiro tempo corre nas manchetes e escaladas noticiosas. O segundo, com os acréscimos previsíveis de golpes baixos, tomará todo o ano de 2014.

Como na mesa de truco, o sucesso da empreitada depende do poder de convencimento daqueles cujo blefe não contagiou o Brasil em 2002, 2006 e 2010. Por que haveria de ser diferente agora?

Distorções intrínsecas à macroeconomia das últimas décadas (juro sideral e câmbio valorizado), acrescidas do contágio lento, mas cumulativo, da desordem planetária neoliberal , afetam o crescimento brasileiro nesse momento.

O vício rentista trazido dos anos 90, quando a taxa de juro chegou a estonteantes 40%, poupou o dinheiro graúdo dos percalços do mundo físico da produção, até meados de 2008. A uma elite sempre dissociada do país, concedeu-se trocar o relevo acidentado da produção, pela planície financeira do ganho alto, com risco zero e liquidez imediata.

Esse dinheiro bronzeado em férias permanentes em paraísos fiscais e locais, está sendo induzido agora, a toque de juros baixos, a se sujar de graxa e poeira outra vez. Não é uma travessia simples, mesmo quando todas as variáveis estão sob controle.

E, no caso, elas não estão.

A principal variável, a das expectativas em relação ao futuro brasileiro, está sendo minada, diariamente, pelo dispositivo midiático conservador. O governo enfrenta aqui a sua principal desvantagem.

A questão decisiva da confiança não argui, propriamente, os projetos de investimento previstos e em curso. Não se questiona a sua pertinência.

Nem seria possível. O Brasil precisa aproveitar a alavanca do pré-sal para se reindustrializar. Tem que readequar uma infraestrutura desenhada para a sociedade elitista do século XIX, ao gigantesco mercado de massa revelado sob o ciclo de governos do PT.

As dimensões do que já se encontra em andamento colocam o país no ranking dos maiores canteiros de obras do mundo. Das 50 maiores tapumes de infraestrutura e energia erguidos no planeta, 14 estão no Brasil.

A Europa se liquefaz; os EUA ainda tropeçam; as taxas juros são negativas em 90% dos mercados relevantes do globo. Dados da associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema): no Brasil, ao contrário, há 12.260 obras e investimentos importantes agendados para até 2016. Em valores, R$ 1,5 trilhão. Pouco menos que a metade do PIB atual.

Onde a coisa emperra então?
Na barragem de fogo que fomenta a incerteza quanto à capacidade do atual governo de implantá-los. A acusação é de intervencionismo.

‘O governo Dilma quer decidir até a taxa de lucro dos projetos’, uivam os órfãos nativos de Margareth Tatcher — ‘a ladra do copo de leite’, assim homenageada pela classe trabalhadora inglesa por sua obra na gestão da merenda escolar, quando serviu como ministra da educação, em 1970.

O dispositivo midiático fala à elite e aos investidores, locais e forâneos. A mensagem é: não se arrisquem agora; se o PT for derrotado em 2014, as regras do jogo mudam. A pregação pela alta dos juros lubrifica o convite à adesão e o nome da recompensa.

À medida em que posterga prazos e projetos urgentes , a incerteza muda o pano de fundo econômico da disputa politica. É esse manejo psicológico do futuro brasileiro que dá à mídia em 2014 uma importância ainda mais central do que já teve em 2002, 2006 e 2010.

Em 2002, o governo era comandado pelo conservadorismo. Sua inoperância estava tão evidente que nem mesmo a barragem da mídia seria capaz de acobertá-la. Lula ganhou.

Em 2006, o cerco montado em torno das denúncias do ‘mensalão’ colidiu de frente com a resistência social, embalada por uma economia em ascensão, em contraposição à memória ainda fresca do desastre tucano no poder. Lula foi reeleito.

Em 2010, o país contabilizava os ganhos do enfrentamento contracíclico oposto ao colapso da ordem neoliberal. Dilma venceu.

Hoje, a disposição das peças do xadrez é mais complexa. O mantra do ‘Brasil que não dá certo’, mesmo sendo essencialmente uma conveniência ideológica, pode interferir objetivamente no cenário econômico e político.

O cerco a Lula, na medida em que possa enfraquecer o fiador de última instância de Dilma, converge no mesmo sentido. Por isso a dimensão midiática da luta eleitoral hoje é mais decisiva do que o foi em 2002, 2006 e 2010.

Desengavetar o marco regulatório da mídia é imperativo. Mas talvez não seja mais suficiente. O processo, previsivelmente longo, não responde à urgência da hora. Como diz o governador Tarso Genro:
 “... o Brasil vive sob o bloqueio da informação...  A mídia interdita o debate e a solução dos problemas nacionais... Temos, frequentemente, que recorrer à mídia alternativa para romper o cerco...”

Recorrer aos veículos alternativos e aos canais públicos talvez não possa mais ser encarado como a alternativa do desespero. Chegou a hora de cogitá-la como a resposta da sensatez.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ser diferente faz a diferença


Texto de Fábio Bandeira
Cada vez mais diminui o espaço para o comum. Os consumidores querem produtos inovadores; as empresas querem profissionais diferenciados; a mídia quer divulgar o inusitado

Existem empresas que inauguram novas formas de se relacionar e que aplicam esse tipo de postura na cultura corporativa. Elas são diferenciadas, pois, além do produto que oferecem, agregam ideias e práticas inovadoras que fogem ao senso comum e estimulam uma nova modalidade de comportamento empresarial.

Na Google, por exemplo, é possível observar essa “atitude diferente” enraizada nas próprias instalações de seus escritórios, com direito a sala de relaxamento, escorregador e tantas outras opções.  A Apple, por sua vez, tem revolucionado o mundo da tecnologia e das ideias, conquistado mercados de maneiras diferentes e personalizadas.

Tem até brasileiro que virou referência nas revistas de negócios internacionais quando o assunto é gestão inovadora. O executivo Ricardo Semler, na década de 1980, trouxe uma forma não-convencional para a administração da Semco S/A. Para você ter ideia, dentre outras coisas, ele criou na empresa um comitê chamado “C tá loko”. O princípio era bem simples. Um fórum de ideias diferentes que só poderia sair alguma coisa aprovada se alguém falasse a frase “Você está louco!”.

São pessoas e empresas que pensam diferente, buscam estar fora do quadrado e fogem do tradicional. A verdade é que hoje cada vez mais diminui o espaço para produtos medianos voltados a pessoas comuns. Os consumidores querem produtos inovadores; as empresas querem profissionais diferenciados; a mídia quer divulgar o inusitado.

Tive o privilégio, recentemente, de assistir uma palestra do Philip Kotler e entre várias declarações e ensinamentos que ele transmitiu, um deles me chamou bastante atenção: "Se você inovar frequentemente terá muitos fracassos, mas se você não inovar, sairá do mapa. Então, você não tem escolhas".

"Realmente soa muito como A teoria da evolução de Darwin e, no fundo, realmente é isso que acontece na prática. Ser diferente realmente passa a fazer a diferença.

Vale a leitura

O especialista em marketing Seth Godin escreveu recentemente em seu artigo publicados na revista Administradores nº 19 que o "ridículo é o novo excepcional". Para Seth, empurrar uma ideia por meio de um anúncio implacável já não é suficiente. A alternativa: produtos e serviços notáveis, onde “notável” significa que alguém está o evidenciando. Vale a pena a leitura em http://adm.to/todasasediçõesADM

Fonte: www.administradores.com.br

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O bom é inimigo do ótimo

Texto de Wellington Moreira
Você já deve ter escutado alguém dizer: o ótimo é inimigo do bom. Eu mesmo utilizei esta expressão várias vezes para lembrar que o perfeccionismo pode levar alguém a procrastinar aquilo que precisa ser feito só porque ainda não conseguiu atingir o nível de performance que estabeleceu para si. Ou pior ainda, conduzi-lo a um estado de paralisia por focar os esforços em coisas sem importância. Mas, como a vida é cheia de dilemas, num rápido jogo de palavras, também é coerente afirmar: o bom é inimigo do ótimo.

O consultor americano Jim Collins, em sua obra Empresas Feitas para Vencer, lembra: “Não temos ótimas escolas, principalmente porque temos boas escolas. Poucas pessoas levam vidas ótimas, em grande parte porque é fácil construir uma vida boa... E a grande maioria das empresas jamais se torna excelente só porque já é bastante boa – e é este seu principal problema”.
Quando alguém se satisfaz com a situação razoável que vive – seja no trabalho ou em qualquer outro campo da sua existência – um quadro de acomodação se instala ao redor convidando-o à mediocridade e retira qualquer chance de que esta pessoa alcance a excelência. Chamo isto de “espírito maomeno”. Nem ótimo, nem ruim, simplesmente mais ou menos. Como é caso daqueles alunos que podem tirar nota dez graças ao seu potencial, mas pensam: “Sete já dá para passar. Então, pra quê ralar mais?”.
Aliás, a ambição é fator-chave para quem alcança o ápice em qualquer campo de atuação. Você não comete heresia alguma quando afirma ter objetivos audaciosos e luta por eles. Pelo contrário. Só não confunda ganância com ambição, pois enquanto esta o faz superar seus limites com determinação, aquela o leva a querer tudo para si.
Também cabe destacar que cada vez mais pessoas com potencial de sobra acabam ficando pelo caminho por se tornarem arrogantes e egocêntricas. Ou seja, gente que vê suas pequenas vitórias iniciais como épicas e cuja vaidade lhes impede de continuarem a aprender. A síndrome do “esse cara sou eu”.
E não pense que estou me referindo apenas àqueles que ocupam cargos de gestão. Como muitos bons trabalhadores passaram a receber assédio de outras empresas, é comum que conservem baixos temores em relação ao futuro, sejam tentados a reproduzir mais do mesmo e ainda se mantenham pouco receptivos a cobranças. É por isto que ninguém mais se surpreende com a diarista doméstica que diz: “Dona, se não estiver gostando, pode me mandar embora”.
Quando este tipo de pensamento se torna coletivo adquire um nome – pacto de mediocridade – e não pense que tal fenômeno se instala em grupos que deliberadamente escolhem cumprir as responsabilidades de modo superficial. Nós o plantamos nas organizações ao concordarmos que as pessoas façam seu trabalho pela metade e fingirmos que nada está acontecendo ou que é aceitável tirar um sete.
Em mercados nos quais não há concorrentes de peso também é possível que uma companhia com atributos de excelência possa se acomodar, tornando-se medíocre com o passar do tempo. É o caso de quem deixa de lançar novos produtos no mercado por saber que os outros igualmente não inovarão nos próximos meses, daí aparece um competidor de classe mundial e fim da história. Logo, é muito melhor atuar em mercados com players de valor, afinal eles fazem a sua empresa evoluir forçosamente.
Concordo que temos de celebrar cada conquista obtida, mas não é saudável deixar que a acomodação e o sentimento de dever cumprido se instalem no início ou meio de uma longa caminhada. As pessoas e empresas ótimas só alcançam o patamar de excelência porque conseguem se manter insatisfeitas e crentes de que ainda podem fazer muito melhor, mesmo quando atingem o cume desejado. Se não fosse assim, ainda estaríamos andando de charrete, comunicando via telex e utilizando o mimeógrafo.
Fonte: www.administradores.com.br

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Gestão no futebol brasileiro: os princípios do modelo Taylorista/Fordista

Texto de Luis Filipe Chateaubriand
A área do saber denominada Administração é datada do início do século XX, de forma oficial. Esta área do saber tem seu marco inaugural com a publicação do livro "Princípios de Administração Científica", de Frederick Taylor, em 1911.
Taylor orientou seus trabalhos para o funcionamento das fábricas das empresas. Entendia que, com o melhor aproveitamento do trabalho fabril, através de boa gestão, as indústrias incrementariam sua produtividade e, em consequência, sua produção.
Para tanto, preconizava que deveria ser executado um planejamento detalhado do trabalho fabril. Este deveria ser composto, por um lado, por uma ótima sequência de tarefas fabris e, por outro, pela padronização da realização de cada tarefa. O método foi denominado organização racional do trabalho (ORT).
Os princípios tayloristas não se resumiam, no entanto, à estruturação das tarefas industriais: seria necessário, igualmente, motivar os colaboradores – operários, no caso; segundo a visão de Taylor, a motivação dava-se através de dinheiro, seria a oferta de valores pecuniários que estimularia os empregados a produzirem mais e melhor (o salário por peça e o prêmio de produção), sendo esta a visão econômica do ser humano, conhecida como homo economicus.
Henry Ford foi um conhecido industrial do início do século XX, fundador das Ford Motor Company, ícone da indústria automobilística. Notabilizou-se por fabricar veículos automotivos em larga escala, o que propiciava a redução de custos por unidade produzida e, por decorrência, o barateamento dos preços de produtos finais.
Totalmente alinhado com os princípios de Taylor, Ford introduziu inovações fabris como a linha de montagem seriada, que revolucionou a escala de produção das indústrias da época.
Taylor e Ford possuíam ideias revolucionárias e complementares para a época e, assim, criaram as bases da gestão das indústrias, sendo que muitos dos princípios defendidos são válidos ainda nos dias atuais. O modelo Taylorista/Fordista permanece sendo útil em vários contextos, mesmo passado cerca de um século de sua inauguração.
E o futebol brasileiro em relação a isso tudo? Não se deve esquecer que muitos dos aspectos de funcionamento de qualquer organização repetem o padrão da indústria, e as organizações ligadas ao futebol não são exceção. Princípios do modelo Taylorista/Fordista são úteis à gestão de nosso futebol.
Exemplos? Alguns deles são:
- A base do aumento da produção é a repetição das tarefas, ou operações. Pense em um jogador de futebol que, tal qual o operário, repete à exaustão a execução de um fundamento, como cobranças de faltas, por exemplo. Um Zico, um Roberto Dinamite, um Rogério Ceni.
- Repetição gera perfeição. No futebol repetir exaustivamente os fundamento leva à excelência do jogo, que leva à satisfação dos torcedores, que leva ao aumento da assistência, que leva ao incremento do faturamento.
- O modelo preconizava que era importante, para o resultado final, a presença de ferramentas apropriado para a execução dos serviços. Ora, os exemplos de ferramentas, que devem ser apropriados, são diversos: bolas, chuteiras, meias, calções, camisas, caneleiras, centros de treinamentos, centros de fisiologia, centros médicos, etc.
- Os autores defendiam ideias ligadas a produzir muito, para se vender muito. Vender muito é tudo que o futebol brasileiro de hoje precisa, tanto em termos de ingressos e público que aflui aos estádios, como em termos de gente que assiste pela televisão, aumentando as cotas de transmissão.
- Salário por peça e prêmio de produção são conceitos que podem ser adaptados ao futebol: no dia em que os clubes pagarem salários fixos menores e atrelarem parte substancial da remuneração à produtividade e aos resultados, dar-se-á um passo decisivo para a melhoria da estrutura organizacional dos clubes.
- Os autores preconizavam que o trabalho dividido e a especialização do operário gerava aumento de produtividade na fábrica. Será que, em se fazendo o mesmo no futebol, os resultados não são melhores?
- Muitos consideram nos dias atuais que Taylor e Ford são autores superados. Pode até ser, em determinados contextos. Mas será que em todos? Para os gestores do futebol brasileiro, fica a reflexão.
Fonte: www.administradores.com.br

terça-feira, 2 de abril de 2013

Depositantes do Banco do Chipre terão 60% das economias congeladas

O Banco Central do Chipre divulgou no último domingo (31/03) uma lista de perguntas e respostas sobre o nebuloso processo de taxação de depósitos bancários, imposto pela troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI), aos detentores de mais de 100 mil euros em saldo. Segundo a instituição, os depositantes terão até 60% de suas economias congeladas ou transformadas em ações do Banco do Chipre, o maior do país.
A inédita engenharia financeira, aprovada pelo Eurogrupo, formado pelos 17 ministros das finanças da zona do euro, não precisa passar pelo Parlamento cipriota e é causa da ira de correntistas da ilha, entre eles cidadãos russos que detêm cerca de um terço do dinheiro parado no país. O objetivo da taxação é recapitalizar o Banco do Chipre e abrir caminho para a entrada do FMI na ilha com um empréstimo de 10 bilhões de euros (cerca de R$ 26 bilhões).
De acordo com o Banco Central do Chipre, os depósitos acima de 100 mil euros terão uma fatia de 37,5% “automaticamente convertida em ações classe A do Banco do Chipre, com direito a voto e lucro”. Outra fatia, de 22,5%, será “congelada temporariamente e parte, ou o valor total, será convertida em ações do banco com direito a voto e lucro para o resgate do banco.” Não há garantias sobre retorno financeiro das conversões.
A Comissão Europeia, composta pelos ministros de Finanças da zona do euro, afirmou na semana passada que o controle de capitais na Chipre - limites de saques, de transferências e de uso de cartão de crédito no exterior, entre outras medidas - deverá durar até a próxima quarta-feira (04/04). A bolsa de valores do país voltaria a operar nesta segunda-feira (01/04).
O presidente da ilha mediterrânea, Nicos Anastasiades, do Partido Conservador, agradeceu a “maturidade” dos cipriotas por não terem causado tumultos nos bancos do país, que abriram após duas semanas de portas cerradas. Ao mesmo tempo, seus familiares são acusados de enviar 21 milhões de euros para Londres dias antes de acordar o congelamento de taxação de depósitos no país.
‘Solução’ estava na mesa
As declarações da Comissão Europeia e de Anastasiades, que desenham um aparente sucesso na aplicação de medidas impopulares no Chipre, restringindo a movimentação financeira, escondem um clima de grande incerteza sobre os rumos da zona do euro. A entrevista do chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que cravou a intervenção financeira no Chipre como um “modelo” para futuros “resgates” - envolvendo a taxação de depósitos bancários - causou um forte eco negativo nos mercados e precisou ser abrandada posteriormente, em nota oficial.

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, também se apressou a por panos quentes sobre o que dissera Dijsselbloem, mas na sexta-feira (29/03), em meio ao vaivém declaratório sobre o sistema financeiro cipriota, um membro do alto escalão do BCE (Banco Central Europeu) fez reviver o temor dos mercados. Mais do que isso, disse que a solução encontrada para o Chipre é algo considerado pela troika há tempos.
“O conteúdo de suas declarações [de Dijsselbloem] refletem a abordagem que esteve na mesa há um bom tempo na Europa. Essa abordagem será parte da política de liquidação europeia”, afirmou Klaas Knot, do conselho do BCE ao jornal holandês Het Financieele Dagblad. Surgiram então informações de que o mesmo tipo de “resgate” foi considerado para a Grécia, hoje com os piores índices econômicos da zona do euro.
Com a afirmação, o conselheiro do BCE deixa na ponta dos pés países com o mesmo perfil do Chipre, como Malta e Luxemburgo, paraísos fiscais que sobrevivem à custa do mercado financeiro, e expõe um caminho que vai contra o artigo 1º da Convenção Europeia de Direitos Humanos, que versa sobre o direito à propriedade. Analistas avaliam que ao impor um bloqueio aos depósitos bancários, a convenção está sendo gravemente ferida.
Fonte: Ana Carolina Marques/Opera Mundi

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Consultor é o novo papel do Professor

Texto de Mauro Nunes
Normas, regras feitas para adultos, regulamentos e programas a cumprir sobre os quais eles não tiveram nenhuma participação são os grandes inibidores e destruidores da criatividade. E da inteligência natural, presente em cada pergunta formulada por uma criança.
Preserva-se a questionável autoridade de professores de gerações passadas – e, muitas vezes não atualizados – de inibir e tolher a curiosidade e o espírito pesquisador do jovem.
Segundo as famigeradas normas, perguntas só dentro do texto que o professor leu. Respostas somente àquelas que estão nos livros adotados ou na cabeça do professor. Fora disso é heresia e o jovem pode receber o castigo da inquisição.
Um passeio pela história registra o curioso fato de que os gênios estão escasseando. Dos filósofos gregos, com Aristóteles, Sócrates e Platão, passando pelo renascimento, com Leonardo Da Vinci, Gutenberg, Michelangelo, até o século das invenções, com Thomas Edison, Albert Einstein, Isaac Newton e outros.
É como se o coeficiente de genialidade venha declinando na medida em que se fortalece a estrutura do sistema de ensino convencional. É uma curiosidade a ser explorada pelos especialistas.
Em que momento perdeu-se no tempo a capacidade de formular perguntas e nos concentramos nas respostas?
Em nome da humanidade, da evolução, do crescimento das novas gerações, os jovens precisam resgatar urgentemente a sua capacidade de fazer perguntas, de serem instigadores do debate e das discussões em torno do atual, convencional, retrógrado e fossilizado sistema de ensino.
Aos professores o alerta de que a mesmice e o quase intocável paradigma de que a educação é confinada às escolas demandam urgente reflexão.
Afinal já começa a se consumar a previsão feita por Peter Drucker em 1996 “A função docente consistirá muito mais em orientar, dirigir e motivar do que em transmitir informações”.
Sem o conforto do emprego ao concluir seus cursos os jovens precisam estar preparados para construir seu próprio futuro. Muitas vezes eles sabem as perguntas certas, mas, são tolhidos como estorvo pelo professor inconsciente.
O professor de antigamente que enfileirava seus alunos e ainda enfileira em carteiras formando as chamadas “filas indianas”, assumia atitude de autoridade suprema e castigava os “mal comportados” estão com seus dias contados.
Uma rápida navegação na Internet – onde se tem tudo que o professor diz aos alunos é suficiente para perceber que o fluxo de conhecimentos mudou, os alunos mudaram e os professores não atinaram para o “pequeno” e poderoso detalhe.
Bem que a colaboração de um professor-consultor nessas horas seria de extrema valia. Este é o novo papel do docente, seja do primeiro ou do terceiro grau.
Fonte: www.administradores