quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Arrecadação de impostos com novo salário mínimo será maior que gasto com a Previdência, diz Dieese

Durante anos, os defensores da distribuição de renda para o topo da pirâmide, recitavam o mantra, amplamente ecoado pela midiona, de que se o salário mínimo aumentasse demais, bagunçava as contas públicas, quebrava a Previdência, etcétera e tal.

Segundo o estudo abaixo, o "gasto" (com os mais desvalidos é gasto!) com a aposentadoria dos que ganham o SM, é compensado pelo aumento de arrecadação de impostos, que a reinjeção do dinheiro no mercado de consumo acarreta. Aliás, mesmo que não compensasse, seria válido, dada a enorme dívida social que temos a resgatar.


O aumento de R$ 77 do salário mínimo vai causar um gasto extra anual de R$ 19,8 bilhões à Previdência Social, de acordo com um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado hoje (27).

O custo para a Previdência, contudo, é menor do que o aumento da arrecadação de impostos que o novo salário mínimo trará. Segundo o Dieese, devido ao crescimento do consumo consequente da alta do piso salarial, a arrecadação de impostos subirá em R$ 22,9 bilhões em 2012.

Os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) representam, de acordo com o levantamento, a maior parte dos brasileiros diretamente beneficiados com o aumento do piso salarial. Das 48 milhões de pessoas que têm sua renda vinculada ao valor do salário mínimo, 19,7 milhões (41%) são aposentados ou pensionistas.

O grande número de beneficiários faz com que cada R$ 1 de aumento no salário mínimo signifique mais R$ 257 milhões no gasto anual da Previdência Social. Como no dia 1º de janeiro o piso nacional passa de R$ 545 para R$ 622, o custo anual deste aumento para o INSS será R$ 19,8 bilhões.

Ainda de acordo com o Dieese, o aumento de 14,1% no salário mínimo fará com que o poder de compra do piso alcance o nível mais alto em mais de 30 anos. Levando-se em conta o valor da cesta básica apurado em novembro pela entidade (R$ 276,31), o novo piso poderá comprar 2,25 cestas. A maior quantidade registrada desde 1979. Atualmente, um salário mínimo equivale a 2,03 cestas básicas.

Fonte: Agência Brasil