"...Quem sofre de dislexia não está fadado a um futuro de fracasso; basta ver o exemplo de famosos geniais que lidavam com a linguagem de uma forma diferente..."
Além das carreiras de sucesso, o que têm em comum o inventor Thomas Edison, o ator hollywoodiano Tom Cruise, o produtor cinematográfico Walt Disney e a escritora de romances policiais Agatha Christie? Apesar da reconhecida genialidade, todos eles (pasmem!) padeceram de uma deficiência de aprendizado muito comum: a dislexia. Em outras palavras, apresentavam uma espécie de disfunção para lidar com a linguagem. Ou ainda, conforme sugere uma interpretação mais humana e atual, esses gênios contemporâneos possuíam simplesmente uma forma diferente de aprender.
Uma das "deficiências de aprendizado" mais comuns, a dislexia afeta cerca de 20% de todas as crianças, segundo estimativas. Ela provoca uma grande dificuldade ao aprender a ler, escrever, soletrar e assimilar palavras. A julgar pelos exemplos acima, no entanto, isso não quer dizer que essas crianças sejam menos inteligentes – aliás, muitas delas apresentam um grau de inteligência superior ao da maioria da população.
Inclusive, alguns pesquisadores creem que pessoas disléxicas têm até uma maior probabilidade de serem bem sucedidas. Acredita-se que o enfrentamento das dificuldades iniciais de disléxicos para aprender de maneira convencional estimula sua criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas e com o stress. O ideal, porém, é que a disfunção seja identificada e tratada desde cedo para evitar traumas futuros. Mas afinal, qual são os sintomas? Veremos mais abaixo.
UM OLHAR HUMANO
Uma perspectiva mais recente sobre a dislexia converge para a ideia de que essa disfunção não passa de uma forma diferente de aprender, interpretar, lidar com a informação. Afinal, por que é possível que pessoas com características até geniais, encontrem dificuldades básicas no processo individual de aprendizado? "O maior problema para assimilarmos esta realidade está no conceito arcaico de que: 'quem é bom, é bom em tudo'", esclarece o website Dislexia.com.br, especializado na questão.
Daí advém a necessidade de um olhar mais humano sobre a questão, que alimente a ideia do convívio com as diferenças. Ainda há uma falta de preparo e de conhecimento muito grande sobre o tema. Nesse contexto, pais, professores e educadores devem estar cientes de que um alto número de crianças sofre com a dislexia. Caso contrário, eles cometerão um erro muito comum: o de confundir dislexia com preguiça ou má disciplina. Afinal, crianças disléxicas reagem, muitas vezes, comportando-se mal dentro e fora da sala de aula, como uma maneira de expressar sua frustração por essa falta de preparo. Portanto, pais e educadores devem saber identificar os sinais que indicam que uma criança é disléxica - e não preguiçosa, pouco inteligente ou mal-comportada.
Dessa forma, a dislexia não deve ser motivo de vergonha; não significa falta de inteligência e não é um indicativo de futuras dificuldades acadêmicas e profissionais. Principalmente quando tratada, essa disfunção não implica em falta de sucesso no futuro. Que o digam Walt Disney, Tom Cruise, Walt Disney, Agatha Christie...
DISLEXIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA
1 - Atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 – a criança disléxica parece ter dificuldade em entender o que está ouvindo;
4 - distúrbios do sono;
5 - enurese noturna (xixi na cama);
6 - suscetibilidade a alergias e infecções;
7 - tendência a hiperatividade ou a hipo-atividade motoras;
8 – muito choro, agitação e inquietude
9 - dificuldades para aprender a andar de velotrol;
10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA DISLEXIA
Disgrafia
Inabilidade ou atraso no desenvolvimento da linguagem escrita, especialmente da escrita cursiva. Escrever com máquina datilográfica ou com o computador pode ser muito mais fácil para o disléxico
Discalculia
Dificuldades com a Linguagem Matemática são muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico, ou na elaboração do pensamento matemático mais avançado.
Deficiência de Atenção
É a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo.
Hiperatividade
Atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos.
Hipoatividade
Nível baixo de atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela criança chamada "boazinha", que parece estar, sempre, no "mundo da lua".
FONTES: http://brasil247.com.br texto de Victor Longo
http://www.dislexia.org.br ; www.dislexia.com.br ; www.indianopolis.com.br