domingo, 18 de dezembro de 2011

Ophir, faxineiro da OAB, pode agora ser varrido


Há um velho ditado que ensina: “Perdoa-se o pecador; o pregador, jamais”.

Nos últimos meses, Ophir Cavalcante Júnior, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, incentivou praticamente todas as marchas contra a corrupção no Brasil. E sempre que houve um ministro acusado de qualquer irregularidade, ele foi o primeiro a pedir o imediato afastamento da autoridade suspeita de malfeitorias.

Faça o que eu digo, não faça o que eu faço...

Na semana de 20 a 27 de novembro, na última reunião do ano da Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília, Ophir foi surpreendido com uma representação oferecida por advogados paraenses contra ele.

À frente desta ação, está o advogado Jarbas Vasconcelos. Ophir é acusado de corrupção e improbidade porque recebe uma pequena fortuna sem trabalhar há 13 anos. Ele é funcionário fantasma da Universidade Federal do Pará e da procuradoria do Estado.

Ao todo, calcula-se que ele já tenha recebido R$ 1,5 milhão como marajá fantasma do Pará, estado que ostenta um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do Brasil. “A OAB nacional não pode se calar diante desse escândalo”, diz Jarbas Vasconcelos. “E o atual presidente não pode mais nos representar.”

Apego ao cargo
Ophir e Jarbas são desafetos pessoais. Recentemente, o primeiro determinou o afastamento do segundo da OAB-PA. Ocorre, no entanto, que os fatos apresentados por Jarbas são confirmados pelo próprio Ophir, que apenas alega que as licenças remuneradas – há 13 anos!!! – são autorizadas por lei.

O atual presidente da OAB tem demonstrado apego ao cargo semelhante ao de ministros atingidos por denúncias. Não larga o osso e diz que as denúncias apenas refletem o “inconformismo” dos que foram expurgados da OAB-PA. Ele também sinaliza que irá mover ações judiciais contra os que o acusam.

Mas o fato é que, continuando ou não, Ophir se transformou num zumbi à frente da OAB nacional. Com que autoridade poderá protestar contra a corrupção alheia?

Perdoa-se o pecador, Ophir. O pregador, jamais.