Atualmente, o Brasil Central responde por 35% da produção nacional de alimentos e por 18% das exportações do País, porém, sofre com a ausência de modais eficientes de transporte para o escoamento da produção até os portos, o que faz com que os produtores gastem três vezes mais com transporte da safra que os produtores do Meio-Oeste americano.
"Apesar da importância dessa região, é lamentável perceber que a infraestrutura que pensamos para o Centro-Oeste até 2020 não vai acontecer e as federações de agricultura têm que estar unidas para cobrar uma resposta do Governo Federal para melhorar esse cenário. Essa região é um novo Pré-Sal brasileiro", disse Paulo Rabelo de Castro.
RISCOS DO AGRONEGÓCIOS
Durante o evento, o diretor de Commodities da BM&F Bovespa, Ivan Wedekin, alertou os produtores que "a agricultura não é uma ilha, mas é cercada de riscos por todos aos lados. Riscos de contratos, que ainda são muito verbais; riscos de crédito, que ainda são burocráticos para liberação e tem juros altos; e riscos de preços", enumerou. Ele apontou, como saída para esses riscos, que o produtor se previna comprando seguros de preços e informou que a Bolsa está trabalhando para criação de uma indústria de contratos para formalizar os negócios do agronegócio.
CANA-DE-AÇÚCAR
O presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Sawaya Jank, foi outro convidado do evento. Ele relatou que a indústria da cana-de-açúcar está em plena expansão no Centro-Oeste e contou que os industriais do setor estão focados em ampliar sua participação no mercado mundial. Para isso, foram abertos escritórios da Unica na Europa e nos Estados para promover a imagem do etanol, além de uma campanha em emissoras americanas mostrando que o álcool de cana-de-açúcar não polui o meio ambiente e tem custo menor do que a gasolina. "Até o momento, já temos 43 usinas brasileiras registradas para oferecer álcool para a Califórnia, estado americano que tem o dobro de carros do Brasil", frisou.