Para entender os últimos passos de Dilma Rousseff - reunindo-se com governadores tucanos e com o ex-presidente FHC.
Alguns jornais imaginam que ela esteja se apeoximando da oposição como reação ao suposto esfacelamento de sua base de apoio.
Vamos com calma.
A gestão de Dilma na Casa Civil - especialmente na condução do PAC - foi marcada pela consolidação do pacto federativo. Considerava-se - com razão - ser impossível administrar obras por todo o país sem a parceria com estados e municípios. Foi um pactgo que funcionou bem porque compartilhava-se inclusive os frutos políticos de cada inauguração.
E funcionava porque não havia privilégios partidários na alocação de recursos. Prefeitura ou estado com um projeto consistente entrava em cada programa.
Tome-se o caso do Minha Casa, Minha Vida, em que as próprias prefeituras definiam por elas próprias as empreiteiras a atuar em sua cidade.
Enquanto a velha mídia declarava guerra, no Brasil administrativo consolidava-se um modelo fundamentalmente cooperativo.
Nas eleições de 2006 julguei que a fase dos templários na política (senadores, incendiários em geral) seria substituída pela era dos Estadistas - governos de Estado empenhados em consolidar o pacto federativo. E dizia claramente que seria a maneira de José Serra consolidar sua imagem. Obviamente faltou grandeza política para que ele percebesse o novo momento.
Agora reedita-se o pacto tendo um conjunto de governadores civilizados, incluindo Alckmin, Anastasia, mais os governadores aliados.
Com essa aproximação, além de azeitar a gestão de projetos - o que será bom para todas as partes envolvidas e especialmente para o país - Dilma tenta esvaziar os incendiários, restritos a José Serra (cada vez mais isolado em seu próprio partido) e alguns órgãos de imprensa.
Foi imprudente quando trabalhou de forma precipitada as denúncias da mídia, quando se afastou de sua base.
Mas nada que não possa ser corrigido com o tempo.
Texto de Nassif www.advivo.com.b