O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou uma ordem que autoriza o apoio secreto do governo norte-americano às forças rebeldes que tentam derrubar o ditador líbio, Muammar Gaddafi, disseram à agência Reuters funcionários do governo em condição de anonimato nesta quarta-feira.
Em reação, a Casa Branca não negou nem descartou a ação. As revelações chegaram horas após o chanceler líbio, Moussa Koussa, um dos mais importantes aliados de Gaddafi, anunciar sua deserção pouco após chegar ao Reino Unido. No fim da noite desta quarta-feira houve também relatos de que jatos da coalizão internacional intensificaram os ataques à Trípoli. A agência oficial líbia Jana confirmou que "um setor civil de Trípoli foi alvo, esta noite, de um bombardeio por parte do agressor cruzado e colonialista".
De acordo com a Reuters, Obama assinou a ordem nas últimas duas ou três semanas. Tais decisões são a principal forma de diretriz presidencial usada para autorizar operações secretas da CIA [agência de inteligência americana].
Segundo o "The New York Times", agentes da CIA foram enviados para a Líbia "em pequenos grupos" com a missão de estabelecer ligações com os rebeldes e determinar os alvos das operações militares. A mesma fonte indicou que "dezenas de membros das forças especiais britânicas e agentes do serviço de espionagem [britânico] MI6 atuam na Líbia", principalmente, para reunir informações sobre as posições das forças lealistas.
Em reação, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, recusou-se "a se manifestar sobre questões de inteligência". "Repito o que o presidente disse ontem (terça-feira): nenhuma decisão foi tomada sobre o fornecimento de armas à oposição ou a qualquer grupo que esteja na Líbia. Não descartamos, mas ainda não decidimos isso. Examinamos todas as possibilidades de ajudar os líbios", indicou em um comunicado.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que a coalizão de forças internacionais que está lançando ataques na Líbia não tem o direito de armar os rebeldes.
OBAMA FALOU À TV NBC SOBRE O ASSUNTO
Em entrevista à rede de TV NBC na noite desta terça-feira, Obama disse que Gaddafi está amplamente enfraquecido e "não tem o controle da maior parte da Líbia neste momento", acrescentando que não descarta a possibilidade de fornecer armas aos rebeldes.
A questão sobre armar ou não os rebeldes líbios para que possam fazer frente às forças leais a Gaddafi causa polêmica. Ontem, o secretário-geral da Otan, Andres Fogh Rasmussen, rejeitou a possibilidade.
Combatentes rebeldes, principalmente forças armadas com armas leves e em caminhonetes, disseram ter sido superados pela potência e alcance das armas de Gaddafi.
GADDAFI FORÇA RECUO DOS REBELDES
Mais cedo nesta quarta-feira, horas depois de retomar Ras Lanuf do controle dos rebeldes, as forças leais a Gaddafi expulsaram os militantes do porto petroleiro de Brega. A informação foi confirmada pelos próprios rebeldes em Ajdabiyah, cidade situada 80 km a leste de Brega, que disseram poder ouvir tiros de canhão na região.
A reconquista de Brega poucas horas depois da de Ras Lanuf confirma a rápida progressão do Exército governamental rumo ao leste do país, reduto dos insurgentes. Após o rápido avanço registrado em 27 de março, quando os rebeldes recuperaram quatro cidades --Ajdabiyah, Ras Lanuf, El Aguila e Bin Jawad-- em 48 horas, os milicianos revolucionários começaram a retroceder devido aos bombardeios da artilharia de Gaddafi, que disparava desde o Vale Vermelho, perto de Sirte.
Fonte: Folha e http://brasilnicolaci.blogspot.com/ e (blog geo politica)