segunda-feira, 14 de março de 2011

PSDB - hipocrisia e má gestão pública



Conselhos de estatais engordam salário de aliados do Palácio dos Bandeirantes

O governo do Estado de São Paulo tem usado os cargos a quem tem direito nos conselhos de administração de empresas estatais para abrigar filiados do PSDB e quadros ligados ao partido. Os honorários pagos com recursos das empresas ou do erário estadual servem como complemento salarial para secretários, assessores e colaboradores do Palácio dos Bandeirantes.

A lista de conselheiros das estatais paulistas revela ainda que, em diversos casos, não há nenhuma relação entre a formação profissional dos contemplados e a área de atuação das empresas. Há um cineasta no conselho da Dersa (estatal do setor rodoviário), uma ex-diretora de orquestra na Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e uma psicóloga e ex-diretora da Febem no Porto de São Sebastião. Há ainda jornalistas do Palácio dos Bandeirantes participando de reuniões técnicas de empresas de energia e de planejamento metropolitano.

Entre os conselheiros com trajetória político-partidária no PSDB estão o ex-governador Alberto Goldman e os ex-secretários Almino Affonso (Relações Institucionais) e Paulo Renato Souza (Educação) - este último informou já ter pedido desligamento dos dois colegiados de que participa. Outros tucanos deixaram os cargos no ano passado, por exigência legal, pois concorreram às eleições de outubro.

O vice-governador Guilherme Afif Domingos (DEM) é conselheiro de duas estatais, ambas relacionadas à sua secretaria - ele é também titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.

Conselheiros custaram R$ 9,5 milhões em 2010
Os cerca de 170 conselheiros de administração das estatais paulistas receberam, somados, R$ 9,5 milhões em salários e gratificações em 2010. Além desse valor, há os bônus anuais pagos pelas empresas que distribuem dividendos aos acionistas.

A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), por exemplo, pagaram R$ 377 mil e R$ 278 mil em bônus, respectivamente, a seus conselheiros. A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) normalmente distribui bônus, mas isso não ocorreu em 2010 porque não houve lucro.

Cesp, Sabesp e Emae, empresas negociadas em Bolsa, são as únicas estatais que divulgam seus gastos com salários e bônus para conselheiros, por exigência da Comissão de Valores Imobiliários. Para calcular o gasto com todas, o Estado levou em conta o conta o fato de que os conselheiros recebem 30% dos salários dos diretores das empresas.

Isso representa um ganho mensal de R$ 3.500 a R$ 4.500, aproximadamente, a depender da empresa em questão. Os conselheiros também recebem uma gratificação em dezembro - o equivalente a um 13º salário.
O governo do Estado de São Paulo tem usado os cargos a que tem direito nos conselhos de administração de empresas estatais para abrigar filiados do PSDB e quadros ligados ao partido há várias décadas.

Os honorários pagos com recursos das empresas ou do erário estadual servem como complemento salarial para secretários, assessores e colaboradores do Palácio dos Bandeirantes.


Alckmin deve manter tucanos em conselho de estatais
"Eu não vou retirar membros do PSDB ou coisa parecida. As pessoas estão lá porque tem contribuição a dar. Têm experiência", acrescentou. Alckmin lembrou que os conselheiros cumprem mandato, cujo término é no final deste mês. Assim, haverá uma renovação dos conselhos na primeira semana de abril.

O governador defendeu que os órgãos sejam compostos também por pessoas da sociedade civil, e não apenas por especialistas ou profissionais das empresas. "Não há necessidade desta obrigatoriedade profissional, a ideia dos conselhos é ter também contribuições de fora da empresa", afirmou, depois de evento na manhã de hoje, em que fez anúncio de R$ 94 milhões em investimentos para Santas Casas e hospitais filantrópicos do Estado.

Em 2010, o governo pagou R$ 9,5 milhões em salários e gratificações a cerca de 170 conselheiros da administração paulista. Reportagem publicada nesta segunda-feira no jornal O Estado de S. Paulo mostra que uma boa parte dos atuais integrantes dos Conselhos de Administração é formado por filiados do PSDB e quadros ligados à sigla. Os conselhos são formados, por exemplo, por secretários estaduais, jornalistas, psicóloga e cineasta. Alguns deles sem experiência nas áreas em que as estatais atuam.

Fonte: http://www.estadao.com.br