A tragédia no Japão obriga a reflexão sobre como é absurdo que morra tanta gente no Brasil por conta de meras chuvas.
Para tanto, basta comparar com o que acontece no Brasil por conta de meras e previsíveis chuvas, eventos climáticos para os quais existe vasta tecnologia para as autoridades anteciparem a ocorrência e retirarem as vítimas das áreas de risco.
Para mensurar a diferença entre viver em um país como o Japão e em outro ainda "incivilizado" como o nosso, basta olhar para a quantidade de mortes que o período de chuvas causa por aqui todos os anos. Só na capital paulista, no início de 2010, morreram 78 pessoas por causa das enchentes – afogadas ou soterradas. Neste verão 2010/2011 ocorreram aproximadamente de mil mortes em decorrências "das chuvas".
Outra forma de mostrar a capacidade que providências do Estado têm para minimizar o número de vítimas de catástrofes naturais é comparando o número de vítimas do tsunami que atingiu a Indonésia em 2004 com o das que são previsíveis no Japão ao fim da contabilidade macabra que o país terá que fazer.
Em 2004, foram mais de 200 mil; no Japão, agora, não se imagina nem 10% disso, apesar de eventuais diferenças entre tragédias.
Ao fim desta reflexão, é inevitável enveredar pela questão política. A grande diferença entre um país como o nosso e um país como o Japão é a de que naquele país TODOS os cidadãos contam, enquanto que no Brasil na maioria das vezes, só as vidas de alguns contam quando o Estado tem que investir para evitar catástrofes.
Fonte: texto com adaptações de www.blogcidadania.com.b